Este guia apresenta o procedimento operacional para registrar o valor da gorjeta na etapa de autorização do cartão e descreve o fluxo básico do ponto de venda.
A explicação distingue a parcela da conta do estabelecimento e a parcela indicada pelo pagador, detalhando a forma de coleta no momento do pagamento e as implicações para exibição no comprovante.
São apontadas vantagens: transparência para o pagador e rastreabilidade contábil por transação, com registro segregado que reduz controvérsias sobre destino do montante.
Também trazemos cenário de adoção em bares e restaurantes, elementos do guia para seleção da solução, configuração da equipe, operação no caixa, conferência e repasse.
Para aspectos legais e critérios de distribuição, consulte orientações sobre a legislação aplicável e práticas de controle no link sobre a Lei da Gorjeta.
Entenda como funciona a gorjeta via máquina: transparência, divisão e benefícios para restaurantes e bares
O sistema de split registra, por transação, a parcela destinada ao estabelecimento e a parte vinculada aos prestadores de serviço. Essa divisão pode ser configurada como valor fixo ou percentual antes da operação.


Split de pagamento: cadastro de funcionários e definição de percentuais por transação
O terminal permite cadastrar funcionários com identificador e atribuir percentuais. As regras podem seguir função, turno ou equipe e permitem rateio automático ao autorizar o pagamento.
Transparência para o cliente: parcela visível no momento do pagamento
Na interface de autorização, o cliente visualiza a distribuição entre empresa e colaboradores. Isso aumenta a rastreabilidade e facilita a conferência em relatórios por conta.
- Aceitação de cartões de crédito com aplicação do split na autorização.
- Aluguel informado: R$ 175 por terminal; taxa por transação varia conforme porte.
- Uso em restaurantes, bares e estruturas multiloja, com consolidação de vendas.
| Característica | Descrição | Impacto operacional | Exemplo |
|---|---|---|---|
| Cadastro | Identificador por colaborador | Relatórios por funcionário | Food park com 8 operações |
| Divisão | Valor ou percentual por transação | Redução de reconciliações | Comissão definida em um clique |
| Custos | Aluguel e taxa por split | Varia conforme faturamento | R$ 175/mês por terminal |
Guia prático: receber gorjeta direto na maquininha no dia a dia do seu estabelecimento
Para operar com divisão automática, é preciso escolher terminais que exibam a parcela de gorjeta ao cliente durante o pagamento. A seleção deve priorizar suporte a cartões de crédito, cadastro de equipe e geração de relatórios.


Selecionando a solução certa
Verifique suporte a divisão por transação, emissão de comprovante com detalhamento da parte da empresa e do colaborador, e integração com o sistema de gestão.
Configurando o sistema
Cadastre funcionários com identificadores únicos. Defina valor fixo ou percentual por conta e vincule regras por setor ou função.
Operação no caixa
O operador informa a conta ao sistema. O terminal solicita a inclusão da gorjeta, o cliente confirma o valor e autoriza o pagamento.
Conferência e repasse
Consulte relatórios diários por colaborador para conciliação entre total de contas e soma das gorjetas. Parametrize prazos e periodicidade de repasse ao trabalhador.
Escalando para múltiplas operações
Cada unidade usa máquina própria com configuração local e consolidação central. No Vila Tupiniquin (SP), oito operações aplicam comissionamento em um clique e visibilidade consolidada das vendas.
- Auditoria: painéis e exportação de dados para verificação.
- Revisão: ajuste periódico do valor ou percentual conforme volume de pagamentos.
- Contingência: procedimento alternativo para registrar as gorjetas quando o terminal estiver indisponível.
Taxas, contracheque e lei: o que pode e o que não pode ao receber gorjeta pela máquina
A relação entre taxa de processamento e direitos do trabalhador exige regras documentadas. Decisões judiciais recentes definem limites ao desconto em salário e ao lançamento no contracheque.
Direitos do trabalhador
Vedação de descontos e princípio da alteridade
O artigo 462 da CLT veda descontos no salário, salvo hipótese legal. O TRT-MG manteve condenação de um restaurante que descontou 0,965% referente a taxa de manutenção, com média de R$ 400 mensais.
“Descontos no salário são vedados, salvo exceções legais”, decisão da 34ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.
Taxas do serviço e da máquina
A empresa deve registrar contabilmente custo de processamento como despesa própria. Negocie contratos e registre tratamento no acordo interno.
Divisão e governança
Defina políticas sobre valor e rateio por setor, registre aceitação e mantenha auditoria periódica.
| Item | Prática recomendada | Impacto |
|---|---|---|
| Descontos em folha | Proibidos, salvo previsão legal | Evita litígios trabalhistas |
| Registro contábil | Despesa da empresa | Transparência financeira |
| Acordo interno | Regras de rateio e comunicação | Comprovação e auditoria |
Conclusão
Feche o ciclo adotando regras claras para registrar a conta e a parcela destinada ao colaborador no momento do pagamento. Configure o terminal para exibir ao cliente a parte vinculada ao serviço e registre percentuais ou valores por setor.
Implemente cadastro de equipe, conferência periódica dos relatórios e retenção de comprovantes para auditoria. Padronize prazos de repasse ao trabalhador e documente a política em acordo interno.
Observe a lei e o art. 462 da CLT para evitar descontos em salário ou lançamento indevido no contracheque. Mantenha plano de contingência para falhas na forma de pagamentos e histórico de ajustes.
Em estabelecimentos como restaurantes e bares, mantenha consistência operacional e segregação de dados. Faça revisão periódica do valor e dos percentuais com base nos relatórios de pagamentos e desempenho.


















