A História das Maquininhas de Cartão: Do POS ao NFC

Um estudo completo sobre a história, tipos, tecnologias e impacto das maquininhas de cartão, desde os primeiros modelos até o POS inteligente atual.

maquininha cartão história
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As maquininhas de cartão, também conhecidas como máquinas de cartão, terminais POS ou maquinetas, transformaram radicalmente o cenário do comércio e dos serviços no Brasil e no mundo. Desde os primeiros dispositivos conectados à linha telefônica até os modernos Smart POS com sistema Android, a evolução tecnológica desses equipamentos acompanhou a digitalização do consumo e a expansão dos meios de pagamento.

Usadas por autônomos, MEIs, pequenas empresas e grandes redes varejistas, as maquininhas são hoje uma ferramenta essencial para aceitar cartão de crédito, débito, Pix, carteiras digitais e pagamentos por aproximação (NFC).

Este artigo técnico apresenta uma linha do tempo completa sobre a história das maquininhas de cartão, explora os diferentes tipos e funcionalidades, analisa suas especificações técnicas como conectividade, segurança e compatibilidade com bandeiras, e destaca o impacto dessas soluções no mercado brasileiro de pagamentos. Ao longo do texto, abordaremos também as tendências como biometria, POS virtual e integração com Open Finance, além de comparativos entre os principais modelos utilizados em 2025.

O que é uma maquininha de cartão e por que ela existe

A maquininha de cartão, também conhecida como terminal POS (Point of Sale), é um dispositivo eletrônico utilizado para realizar transações de pagamento por meio de cartões de crédito, débito ou outras carteiras digitais.

Seu principal objetivo é intermediar a autorização e registro de uma venda eletrônica, conectando o estabelecimento comercial à rede adquirente, bandeira e banco emissor do cartão.

Essas máquinas substituíram os antigos processos manuais de cobrança, reduzindo erros, aumentando a segurança da transação e padronizando o fluxo de recebimento.

Elas se tornaram fundamentais em um cenário de redução do uso de dinheiro físico, expansão do crédito e digitalização do consumo.

Além do processamento de pagamentos, as maquininhas modernas também oferecem funcionalidades adicionais como emissão de comprovantes, parcelamento, antecipação de recebíveis e integração com aplicativos de gestão, contribuindo diretamente para a profissionalização dos pequenos negócios e maior controle das operações comerciais.

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A origem do cartão de crédito: os primeiros passos do pagamento digital

A história das maquininhas começa com a invenção dos cartões de crédito, que surgiram oficialmente em 1950, quando o Diners Club lançou um cartão em papel que permitia aos seus clientes pagar restaurantes em Nova York com cobrança unificada no fim do mês. A ideia se popularizou rapidamente e foi adotada por bancos nos Estados Unidos, como o Bank of America, que criou o BankAmericard em 1958 — mais tarde transformado em Visa.

A inovação tecnológica mais relevante para a evolução dos cartões foi a introdução da tarja magnética, desenvolvida pela IBM no início dos anos 1960. Esse avanço permitiu que os dados do titular fossem armazenados eletronicamente, tornando possível a leitura automatizada e posterior validação remota da transação.

Antes disso, as vendas eram registradas com uso de imprinters manuais – aparelhos que prensavam os dados do cartão em papel carbono, processo sujeito a fraudes e demorado. Com o avanço da tecnologia, o cartão passou a ser mais do que um pedaço de plástico: tornou-se o meio mais prático e padronizado de consumo a crédito, preparando o terreno para o surgimento das maquininhas eletrônicas.

O nascimento das maquininhas: do imprinter ao terminal eletrônico

As primeiras “maquininhas” propriamente ditas foram os imprinters, conhecidos popularmente como “choca-choca” ou “ZipZap”. Utilizados por comerciantes a partir dos anos 1950 e 60, esses dispositivos mecânicos copiavam os dados do cartão para um recibo em papel carbono, que era posteriormente processado de forma manual pelos bancos.

O grande salto tecnológico veio em 1979, quando a Visa contratou a Verifone para criar o primeiro terminal eletrônico de ponto de venda. O dispositivo permitia a leitura da tarja magnética e conexão via linha telefônica com a central da adquirente, automatizando o processo de autorização da transação em segundos – algo revolucionário na época.

Nos anos seguintes, esses terminais começaram a se popularizar nos Estados Unidos, Europa e, posteriormente, em países em desenvolvimento. A autenticação por PIN substituiu assinaturas, e os terminais passaram a operar em tempo real, com segurança crescente e integração com sistemas de rede. A maquininha havia deixado de ser apenas uma facilitadora de cobrança: tornava-se um elo digital entre o cliente e o sistema bancário global.

O primeiro terminal POS do mundo: Verifone e Visa em 1979

O ano de 1979 marca oficialmente o nascimento do POS eletrônico moderno. A Visa, buscando agilizar e padronizar os pagamentos nos estabelecimentos comerciais, encomendou à empresa Verifone um terminal que pudesse substituir o imprinter e operar eletronicamente com a rede bancária. Nascia o ZON, o primeiro terminal eletrônico de pagamento com validação remota e impressão automática de recibo.

A tecnologia inicialmente usava linhas telefônicas convencionais para comunicação e exigia inserção manual do valor e leitura da tarja magnética. Ainda assim, o ganho em tempo, precisão e segurança foi tão significativo que rapidamente o modelo foi adotado por milhares de estabelecimentos. A Verifone se tornaria, nas décadas seguintes, a principal fabricante global de terminais POS.

Com o avanço da microinformática e dos protocolos de telecomunicações, os terminais passaram a ter telas, teclados alfanuméricos, modems embutidos e integração direta com redes bancárias e sistemas de ERP. O modelo da Verifone foi a base para todo o desenvolvimento do setor nas décadas seguintes, estabelecendo o padrão técnico dos terminais que conhecemos hoje.

A evolução das maquininhas nos anos 1980 e o avanço da tarja magnética

A década de 1980 consolidou o uso da tarja magnética nos cartões como padrão global, e os terminais POS começaram a se popularizar entre grandes redes varejistas e supermercados. As maquininhas nessa fase ainda exigiam conexão física com linhas telefônicas, imprimiam os comprovantes em papel térmico e operavam com autenticação por assinatura — a digitação do PIN só seria amplamente implementada anos depois.

Nessa fase, os terminais eram robustos, geralmente de balcão, e operavam exclusivamente via tarja magnética. A comunicação era feita por discagem (modem analógico), com tempo de resposta entre 30 e 90 segundos. Mesmo com limitações, os terminais automatizados já representavam um enorme avanço sobre os imprinters, reduzindo fraudes, erros e custo administrativo de validação manual.

Foi também na década de 1980 que a Visa, Mastercard e outras bandeiras passaram a exigir certificações técnicas mínimas para os terminais operarem com suas redes. Isso impulsionou o desenvolvimento de máquinas mais seguras e preparou o setor para a transição ao chip, que viria a seguir.

Chip EMV: a revolução na segurança dos pagamentos

O desenvolvimento da tecnologia EMV (Europay, Mastercard, Visa) começou nos anos 1990 com o objetivo de criar um padrão de pagamento mais seguro do que a frágil tarja magnética. O chip EMV incorporou criptografia assimétrica, verificação de PIN e validação em tempo real do cartão, dificultando a clonagem e reduzindo drasticamente as fraudes por falsificação.

No Brasil, a migração das maquininhas para o chip começou a se acelerar em meados dos anos 2000, tornando-se obrigatória pelas principais bandeiras em 2011. A maquininha passou a ler o chip e exigir inserção do cartão com digitação do PIN, eliminando assinaturas e tornando o processo mais seguro e rastreável.

A tecnologia EMV também permitiu a certificação em múltiplos níveis: física (nível 1), lógica (nível 2) e transacional (nível 3), garantindo conformidade com os padrões internacionais de segurança. Em muitos países, o chip com PIN se tornou obrigatório para transações presenciais, consolidando o terminal POS como a ferramenta mais segura para o varejo.

Chegada das maquininhas ao Brasil: o papel da VisaNet e da Redecard

No Brasil, os terminais eletrônicos começaram a ganhar escala comercial no final dos anos 1980, mas a infraestrutura só foi consolidada com a criação da VisaNet em 1995, e da Redecard (hoje Rede) logo em seguida. Essas empresas funcionaram como adquirentes (credenciadoras), responsáveis por habilitar estabelecimentos, fornecer as maquininhas e intermediar os pagamentos com as bandeiras e bancos emissores.

Durante mais de uma década, o modelo era baseado em exclusividade: maquininhas da VisaNet só aceitavam cartões Visa, e as da Redecard, Mastercard. Essa limitação gerou uma forte concentração de mercado e alta dependência dos lojistas em relação às adquirentes.

Foi somente com a regulamentação do Banco Central em 2010 que a portabilidade entre bandeiras passou a ser obrigatória, permitindo que uma única maquininha aceitasse múltiplas bandeiras. Esse marco aumentou a concorrência, forçou a redução das taxas e abriu caminho para novos entrantes no setor.

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Maquininhas e estabilidade econômica: o Brasil pós-Plano Real

A estabilização da economia brasileira após o Plano Real, lançado em 1994, foi um fator decisivo para a expansão do uso de cartões e maquininhas. Com a inflação sob controle e o poder de compra mais previsível, as famílias passaram a consumir com mais frequência e segurança, e o cartão de crédito passou a fazer parte da rotina do consumidor brasileiro.

Essa mudança de comportamento impulsionou o número de estabelecimentos credenciados e a necessidade de ampliar a base instalada de terminais POS. Segundo dados da Abecs, o número de maquininhas no Brasil saltou de menos de 200 mil em 1998 para mais de 2 milhões em 2014.

As maquininhas passaram a ser vistas como símbolo de modernização comercial, especialmente no varejo e no setor de serviços. O uso do cartão eliminava a necessidade de troco, melhorava a segurança do caixa e permitia parcelamento direto ao cliente — prática extremamente valorizada no mercado brasileiro.

O boom das maquininhas no varejo nacional entre 2005 e 2015

O período entre 2005 e 2015 marcou a consolidação definitiva das maquininhas no varejo brasileiro. Durante esses anos, houve uma combinação de fatores estruturais que aceleraram a expansão do pagamento eletrônico: aumento do crédito ao consumidor, crescimento do setor de serviços, massificação da telefonia móvel e queda dos custos de tecnologia embarcada.

Comércio de rua, redes de supermercado, restaurantes e até prestadores de serviços autônomos começaram a adotar as maquininhas como padrão. A popularização dos terminais com conexão via chip (GPRS) permitiu o uso móvel e viabilizou o atendimento fora do balcão. Ao mesmo tempo, o consumidor passou a exigir mais flexibilidade na forma de pagamento — o que obrigou até pequenos comerciantes a adotarem o equipamento.

O resultado foi um salto exponencial no número de transações: em 2010, as compras com cartões superaram, pela primeira vez, o volume das transações em dinheiro em estabelecimentos de médio porte, segundo a Abecs. A maquininha deixou de ser vista como tecnologia “de grandes redes” e passou a representar modernidade, segurança e confiabilidade, mesmo para negócios informais.

O surgimento das fintechs e a democratização do POS no Brasil

O marco regulatório de 2010 que quebrou a exclusividade entre bandeiras permitiu a entrada de novos players no mercado. Foi nesse contexto que surgiram as chamadas fintechs adquirentes, como PagSeguro, Stone, SumUp, Mercado Pago e posteriormente a Ton. Elas se aproveitaram do novo ambiente concorrencial para oferecer maquininhas mais simples, com taxas mais acessíveis e sem mensalidade fixa — modelo disruptivo para a época.

Essas empresas adotaram estratégias digitais para aquisição de clientes, com distribuição via e-commerce, redes sociais e marketplaces, além de modelos plug and play com ativação em poucos minutos. A maquininha deixou de depender de contratos longos e visita de vendedor presencial, ganhando escalabilidade nacional.

Ao mesmo tempo, os terminais se tornaram mais compactos e autônomos, com versões que operavam via Bluetooth com o celular do lojista, ou mesmo de forma independente com chip próprio. Isso abriu as portas para profissionais autônomos, entregadores, MEIs e microempreendedores — um público que até então era ignorado pelas grandes adquirentes bancárias.

Do balcão à mobilidade: a ascensão das maquininhas portáteis com chip 3G/4G

A evolução tecnológica dos POS culminou em dispositivos móveis com conectividade própria. As maquininhas com chip 3G ou 4G permitiram que a operação de vendas acontecesse em qualquer lugar, sem depender de internet fixa ou pareamento com celular. Essa portabilidade transformou radicalmente setores como o de delivery, vendas porta a porta, food trucks e feiras livres.

Com peso médio entre 300 e 500 gramas, bateria com autonomia para mais de 500 transações e conectividade automática, as maquininhas móveis ganharam ampla adoção por prestadores de serviço e comerciantes de rua. Essa mobilidade passou a ser também um argumento comercial: vender onde o cliente está, e não apenas no ponto físico.

Além da mobilidade, essas máquinas oferecem funcionalidades completas: impressão de comprovante, consulta de relatórios no visor, antecipação de saldo, entre outras. Em muitas regiões, especialmente no interior e em áreas com menor bancarização, a maquininha portátil passou a ser a única solução de acesso ao sistema financeiro.

O Smart POS: maquininhas com Android, touch e apps de gestão integrada

A nova geração de maquininhas, chamada de Smart POS, combina as funcionalidades tradicionais de pagamento com recursos de um mini tablet Android. Esses dispositivos contam com tela sensível ao toque, conexão Wi-Fi/4G, câmera, leitor de QR Code, chip EMV, NFC para pagamento por aproximação e apps embarcados para controle de vendas, estoque e emissão de nota fiscal.

Com design semelhante a smartphones robustos, esses terminais têm sido adotados por restaurantes, salões de beleza, clínicas e comércios que desejam centralizar o atendimento, o pagamento e o gerenciamento do negócio em um único equipamento.

O diferencial do Smart POS está na capacidade de integração com sistemas ERP, programas de fidelidade, aplicativos de gestão financeira e relatórios em nuvem. Empresas como Ingenico, Verifone, Newland, PAX, Clover e PagSeguro já oferecem modelos com essas características. No Brasil, maquininhas como T3 Smart, Moderninha Smart e SumUp Total representam essa tendência de convergência entre hardware de pagamento e software de gestão.

Tipos de maquininhas: fixas, móveis, híbridas, via celular e smart

As maquininhas de cartão evoluíram em diferentes formatos e categorias para atender a diversas realidades comerciais. A seguir, os principais tipos com suas características técnicas e usos recomendados:

1. Fixas (Countertop POS)

Conectadas por cabo (Ethernet) ou linha telefônica, são utilizadas geralmente em balcões de lojas físicas, supermercados e farmácias. Têm impressão térmica embutida, tela simples e teclado físico. A principal vantagem é a estabilidade de sinal e velocidade de transação.

2. Móveis com chip 3G/4G ou Wi-Fi

Essas maquininhas operam de forma autônoma, com chip SIM incluso, bateria de longa duração e conexão via rede móvel ou Wi-Fi. São ideais para vendedores externos, delivery, feiras, eventos e autônomos.

3. Via celular (POS por app)

Funcionam pareadas via Bluetooth com o smartphone do vendedor, que usa um aplicativo para digitar o valor e acompanhar a transação. O leitor apenas processa o cartão, e o celular fornece a conectividade. Muito utilizadas por quem deseja custo inicial baixo.

4. Híbridas

Alguns modelos podem alternar entre conexão Wi-Fi, chip ou pareamento com celular. Oferecem flexibilidade para uso em diferentes ambientes.

5. Smart POS (Android)

A categoria mais avançada. São maquininhas com tela touchscreen, sistema operacional Android, conectividade total (Wi-Fi, chip, Bluetooth, NFC), integração com aplicativos de gestão, relatórios, nota fiscal e controle de vendas. Substituem tablets e computadores de frente de caixa.

Esses diferentes formatos permitem que desde microempreendedores até grandes redes encontrem soluções adaptadas à sua operação, mobilidade e volume de vendas.

Principais marcas e modelos no mercado nacional e global

O mercado de maquininhas é altamente competitivo e conta com fabricantes tradicionais, fintechs, bancos e empresas de tecnologia financeira. Abaixo, as principais marcas e exemplos de modelos que marcaram a evolução recente:

Fabricantes tradicionais globais:

  • Verifone – pioneira mundial, com modelos como VX520, MX925 e Engage.
  • Ingenico – referência europeia, popular no Brasil com os modelos Move/2500 e Desk/5000.
  • PAX Technology – foco em Android POS, com terminais como A920 e A50.

Fintechs e adquirentes brasileiras:

  • PagSeguro – Moderninha Plus, Moderninha Smart, Minizinha NFC.
  • Stone – Ton T3 Smart, T1 Chip, T2+.
  • SumUp – Total, Solo, Top.
  • Mercado Pago – Point Mini Chip, Point Pro, Point Smart.
  • Rede e Cielo – ligadas a grandes bancos, com modelos tradicionais e Android.

Outros players emergentes no Brasil:

  • SafraPay, Bin, Getnet (Santander), InfinitePay, Stelo, Yelly e Caixa Pagamentos.

Cada modelo varia em:

  • Tipo de conexão (chip, Wi-Fi, pareamento)
  • Presença de bobina (com ou sem comprovante impresso)
  • Tipo de tela (touchscreen ou LCD)
  • Capacidade de rodar apps próprios do negócio
  • Preço (varia de R$ 60 a mais de R$ 1.000)

Tecnologias embarcadas: NFC, QR Code, biometria, tokenização, PCI-DSS, criptografia EMV

As maquininhas modernas contam com diversas camadas tecnológicas que garantem velocidade, praticidade e segurança. A seguir, as principais tecnologias integradas aos terminais POS atuais:

  • NFC (Near Field Communication)
    Permite pagamentos por aproximação. O cliente só precisa encostar o cartão, celular ou smartwatch compatível. Rápido e sem necessidade de inserir senha para valores baixos.
  • QR Code dinâmico e estático
    Usado para pagamentos via Pix ou apps de carteira digital. A maquininha gera um código lido pelo app do cliente, reduzindo custos para o comerciante.
  • EMV Chip & PIN
    Cartões com chip EMV seguem padrão global de criptografia, exigem digitação de senha e são lidos pela entrada inferior da maquininha.
  • Biometria e autenticação multifator (em modelos avançados)
    Alguns Smart POS já contam com sensores de digital ou autenticação via reconhecimento facial.
  • Tokenização
    Tecnologia que substitui os dados sensíveis do cartão por tokens criptografados, reduzindo o risco de vazamento.
  • Conformidade PCI-DSS
    As maquininhas devem seguir o padrão internacional de segurança de dados da indústria de cartões, que regula armazenamento, transmissão e processamento das informações.

Essas tecnologias atuam em conjunto para tornar o processo de pagamento rápido, fluido e protegido contra fraudes — tanto para o consumidor quanto para o lojista.

Especificações técnicas: peso, tamanho, autonomia, velocidade de transação e conectividade

As especificações técnicas variam conforme o modelo e a categoria da maquininha. A seguir, uma visão geral com base nos modelos mais comuns do mercado:

Peso e dimensões:

  • Mini POS (sem bobina): 100g a 250g – tamanho similar ao de um celular compacto.
  • POS portátil com impressão: 300g a 500g – tamanho médio, com tela e teclado.
  • Smart POS Android: 450g a 750g – dimensões de um smartphone robusto ou mini tablet.

Velocidade de transação:

  • Média de 3 a 7 segundos para transações com chip.
  • NFC pode ser ainda mais rápido, finalizando em 2 a 4 segundos, sem senha para valores baixos.
  • Transações via Pix QR Code variam entre 3 e 10 segundos, conforme o app do pagador.

Conectividade suportada:

  • Chip 3G/4G (incluso em planos de dados próprios)
  • Wi-Fi (configurável pelo lojista)
  • Bluetooth (em modelos que dependem de pareamento)
  • Ethernet (em terminais fixos)

Bateria e autonomia:

  • Modelos portáteis: até 1.000 transações por carga ou 8–12 horas de uso contínuo
  • Smart POS com tela maior: autonomia entre 4–8 horas, com carregamento via USB-C ou base.

Esses dados ajudam o empreendedor a escolher a maquininha ideal conforme o volume de transações, local de uso (interno ou externo), e necessidade de recursos como impressão, mobilidade e integração.

Quais tipos de pagamento as maquininhas aceitam

As maquininhas modernas são projetadas para operar com uma grande diversidade de métodos de pagamento, ampliando o acesso ao consumo e facilitando a conversão de vendas. A seguir, os principais formatos aceitos hoje nos terminais POS:

  • Cartão com chip EMV (crédito e débito)
    O mais tradicional. O cliente insere o cartão, digita o PIN e a maquininha realiza a autenticação junto à adquirente.
  • Pagamento por aproximação (contactless/NFC)
    Permite transações rápidas com cartões físicos, celulares ou smartwatches compatíveis com NFC. Geralmente dispensa senha para valores até R$ 200.
  • Pix via QR Code
    A maquininha gera um QR Code dinâmico na tela ou no recibo, e o cliente paga pelo app do banco ou carteira digital. É o método de menor custo para o lojista.
  • Carteiras digitais
    Aceitam pagamento via apps como Apple Pay, Google Pay, Samsung Pay e outras fintechs. O cliente aproxima o dispositivo e autentica com biometria.
  • Vouchers e benefícios
    Modelos compatíveis com cartões Alelo, Sodexo, VR, Ticket, entre outros, podem processar vale-refeição, vale-alimentação e benefícios corporativos.
  • Cartões internacionais
    Desde que habilitadas, maquininhas podem processar cartões emitidos no exterior, com conversão automática da moeda.

Essa diversidade amplia o alcance comercial e atende a um público cada vez mais digitalizado, que espera flexibilidade na hora de pagar.

Usabilidade e experiência do operador

A experiência do lojista com a maquininha é um fator decisivo para o sucesso no uso diário. Equipamentos modernos são projetados para serem intuitivos, rápidos e de baixa curva de aprendizado, mesmo para quem nunca utilizou um sistema de pagamento digital.

Entre os fatores que influenciam diretamente a usabilidade:

  • Interface de navegação
    Nos modelos com tela LCD ou touchscreen, o menu deve ser simples, com comandos claros e linguagem acessível.
  • Tempo de resposta da máquina
    Terminais com bom processamento executam transações em menos de 5 segundos, o que reduz filas e melhora a fluidez da operação.
  • Integração com aplicativos de gestão
    Algumas maquininhas permitem login por operador, visualização de relatórios de venda diária, acompanhamento de saldo e até abertura de caixa.
  • Emissão de comprovante
    A possibilidade de imprimir, reenviar por e-mail ou gerar QR Code com recibo digital é uma vantagem tanto para o cliente quanto para o controle do negócio.
  • Acessibilidade e feedbacks visuais/sonoros
    Modelos com teclado retroiluminado, leitura sonora de etapas e confirmação visual facilitam o uso por diferentes perfis de vendedores.

Esses elementos tornam a maquininha uma aliada do atendimento, e não uma barreira. Equipamentos que geram frustração operativa tendem a ser abandonados — por isso, a experiência deve ser fluida desde o primeiro uso.

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Segurança nas transações das maquininhas

A segurança é uma das camadas mais críticas em uma maquininha de cartão. O terminal deve proteger os dados do cliente, garantir a integridade da transação e prevenir fraudes — tanto digitais quanto físicas.

As principais tecnologias e camadas de proteção incluem:

  • Chip EMV com autenticação por PIN
    Minimiza fraudes por clonagem, pois os dados do chip são criptografados e não podem ser duplicados facilmente como a tarja magnética.
  • Tokenização e criptografia de ponta a ponta
    Os dados do cartão são convertidos em tokens temporários que só fazem sentido para o emissor e adquirente envolvidos.
  • Certificação PCI-DSS
    As maquininhas seguem o padrão global de segurança da indústria de cartões, que regula a forma como os dados são armazenados, transmitidos e processados.
  • Atualizações automáticas de firmware
    Dispositivos modernos recebem patches de segurança diretamente da fabricante, reduzindo vulnerabilidades.
  • Reconhecimento de tentativas de ataque físico
    Alguns modelos bloqueiam ou destroem os dados criptografados ao identificar abertura indevida ou alteração do hardware.
  • Autenticação por biometria e NFC com autenticação no dispositivo
    Nos pagamentos por aproximação via celular, a validação é feita via impressão digital ou reconhecimento facial.

A combinação dessas camadas de segurança torna as maquininhas atuais altamente resistentes a fraudes e essencialmente mais seguras que o dinheiro físico.

Impacto social: inclusão de autônomos e pequenos negócios no sistema financeiro

Um dos efeitos mais transformadores das maquininhas no Brasil foi a inclusão financeira de milhões de profissionais informais e pequenos empreendedores. A partir de 2015, com a chegada das maquininhas sem mensalidade e a popularização dos dispositivos móveis, uma parcela da população antes fora do sistema bancário passou a acessar pagamentos eletrônicos e emitir vendas com comprovante.

De acordo com dados da Abecs (2023), mais de 7 milhões de empreendedores autônomos passaram a utilizar maquininhas para formalizar suas vendas — muitos deles MEIs e profissionais de baixa renda.

Isso gerou impactos diretos em:

  • Acesso a crédito (ao movimentar valores via POS, muitos passaram a ser elegíveis para microcrédito);
  • Profissionalização de serviços informais, com emissão de comprovante e controle de vendas;
  • Segurança nas vendas, reduzindo o risco de golpes com notas falsas ou troco;
  • Integração com contas digitais, viabilizando controle financeiro e bancarização de novos grupos.

A maquininha, nesse sentido, deixou de ser apenas um meio de pagamento e passou a ser ferramenta de transformação econômica, viabilizando independência financeira e crescimento sustentável para pequenos negócios.

Perfil do público por categoria: de MEIs a grandes varejistas

O mercado de maquininhas atende perfis extremamente diversos. Cada categoria de empreendedor possui demandas específicas, e os fabricantes adaptam modelos e planos para atender essas necessidades. Abaixo, os perfis mais recorrentes:

MEIs e autônomos (CPF ou CNPJ simples)

  • Prioridade: custo inicial baixo, sem mensalidade, taxa reduzida no débito.
  • Modelos mais usados: maquininha via celular, POS portátil com chip.
  • Necessidades comuns: vender em feiras, salões, domicílio ou delivery.

Pequenas empresas (CNPJs com faturamento anual de até R$ 360 mil)

  • Prioridade: mobilidade, estabilidade de sinal, comprovante impresso, Pix e crédito parcelado.
  • Modelos mais usados: POS portátil com chip e Wi-Fi, com bobina.
  • Necessidades: controle de vendas, conciliação com app, antecipação de recebíveis.

Lojas físicas com médio movimento (varejo e serviços)

  • Prioridade: integração com sistema de caixa, impressão de nota, múltiplas formas de pagamento.
  • Modelos mais usados: maquininha fixa com Ethernet, Smart POS com Android.
  • Necessidades: alta velocidade de transação, estabilidade de conexão, suporte técnico ágil.

Redes e franquias (multicaixa e multioperador)

  • Prioridade: robustez, controle centralizado, multiusuarios, relatórios.
  • Modelos mais usados: Smart POS com aplicativos próprios e integração com ERP.
  • Necessidades: gestão em tempo real, operação sincronizada, segurança e SLA técnico.

A escolha do equipamento ideal está diretamente ligada ao volume de vendas, ao fluxo de atendimento e ao nível de digitalização da operação comercial.

A maquininha como ferramenta de gestão financeira e controle de vendas

Mais do que processar pagamentos, muitas maquininhas se tornaram plataformas completas de gestão. Integradas a aplicativos e sistemas de backoffice, elas contribuem para a profissionalização da operação comercial mesmo entre microempreendedores.

Funcionalidades de gestão mais comuns:

  • Relatórios de vendas por data, forma de pagamento e valor total
  • Emissão de recibos digitais e controle de caixa
  • Antecipação programada ou manual de crédito parcelado
  • Acesso a extrato em tempo real via app ou portal web
  • Classificação de clientes (em soluções com CRM embutido)
  • Integração com controle de estoque, PDV e contas digitais

Exemplo real:

A SumUp Solo, por exemplo, permite emitir recibos por SMS e acompanhar todas as vendas do dia diretamente no display da máquina, sem precisar de celular ou app. Já a Ton T3 Smart integra um sistema Android com relatórios de performance e sugestão de antecipação com um clique.

Esse tipo de funcionalidade reduz a dependência de outros sistemas, melhora a análise de desempenho e ajuda o empreendedor a planejar melhor o fluxo de caixa.

Tendências futuras: biometria, open finance e POS 100% virtual

O mercado de pagamentos está em rápida transformação, e as maquininhas seguem evoluindo. Algumas tendências ganham força no Brasil e no mundo:

Biometria como padrão de autenticação

Já em teste por adquirentes, a biometria (facial, digital ou ocular) poderá substituir PINs e senhas, oferecendo mais segurança e agilidade para pagamentos — especialmente em POS Android e bancos digitais.

Integração com Open Finance

As maquininhas poderão, no futuro próximo, exibir saldo de contas, aprovar crédito em tempo real ou oferecer conciliação financeira automática com base nos dados do consumidor via Open Finance.

POS virtual embutido em apps e QR Code permanente

Negócios digitais e profissionais liberais estão migrando para POS 100% virtuais. Basta um link ou QR Code no WhatsApp, Instagram ou site para receber pagamentos sem terminal físico. Startups como InfinitePay, Linker e Mercado Pago já oferecem soluções assim.

IA para gestão comercial

Smart POS com Android podem receber assistentes de IA que analisam desempenho de vendas, sugerem promoções ou identificam produtos mais vendidos.

Essas tendências indicam que o papel da maquininha vai muito além do pagamento: ela será centro da inteligência comercial dos negócios, especialmente dos pequenos.

Linha do tempo técnica: da primeira maquininha ao POS inteligente

A seguir, uma linha do tempo com os marcos mais relevantes na evolução das maquininhas de cartão no Brasil e no mundo:

  • 1983 – Primeiros terminais Verifone nos EUA, com tarja magnética
  • 1990 – Adoção em larga escala no Brasil, integrada a linhas telefônicas
  • 2000 – Cartões com chip EMV tornam-se padrão global
  • 2010 – Primeiras maquininhas com chip e conexão GPRS (POS móveis)
  • 2014 – Chegada das maquininhas sem mensalidade (ex: Minizinha)
  • 2016 – Pagamentos por aproximação começam a ser aceitos
  • 2018 – Maquininhas Android com sistema de gestão embutido
  • 2020 – Explosão dos pagamentos via QR Code com o Pix
  • 2023 – Início dos testes de biometria facial em POS no Brasil
  • 2025 – Consolidação de maquininhas smart como solução de PDV completo

Essa evolução comprova como os terminais acompanharam as transformações no comportamento do consumidor, na infraestrutura tecnológica e na digitalização dos negócios — com papel essencial na inclusão financeira brasileira.

Quando surgiram as primeiras maquininhas de cartão?

As primeiras maquininhas de cartão surgiram nos anos 1980 nos Estados Unidos, com modelos da Verifone que utilizavam tarja magnética e comunicação por linha telefônica. No Brasil, sua adoção em larga escala começou na década de 1990, com os terminais conectados à rede fixa.

Qual a diferença entre POS fixo, móvel e Smart POS?

O POS fixo é conectado à rede via cabo (Ethernet), usado em balcões de atendimento. O POS móvel funciona via chip 3G/4G ou Wi-Fi e é portátil. Já o Smart POS é um terminal com sistema Android que permite instalar apps, emitir nota fiscal e funcionar como um PDV completo.

As maquininhas de cartão são seguras contra fraudes?

Sim. Maquininhas modernas utilizam chip EMV, criptografia de ponta a ponta, tokenização de dados e seguem padrões internacionais como o PCI-DSS. Alguns modelos bloqueiam o terminal caso detectem violação física.

Quais formas de pagamento uma maquininha aceita?

As maquininhas aceitam cartão de crédito e débito com chip, pagamento por aproximação (NFC), Pix via QR Code, carteiras digitais (Apple Pay, Google Pay), vouchers de alimentação e, em alguns casos, até pagamentos internacionais.

Maquininha Review – análise de maquininhas de cartão

O papel das maquininhas de cartão vai além do simples processamento de pagamentos: elas se tornaram centrais para a gestão comercial, inclusão financeira e inovação tecnológica nos negócios brasileiros. Ao longo das últimas décadas, os avanços no design, na segurança e na usabilidade permitiram que até mesmo pequenos empreendedores pudessem oferecer múltiplas formas de pagamento com baixo custo e alto controle. Para quem deseja acompanhar de perto essas transformações e escolher a melhor solução para o seu negócio, o portal Maquininha Review oferece análises técnicas, comparativos atualizados e avaliações reais das principais maquinetas do mercado, como a T3 Ton Turbo, a Point Smart 2 e a Yelly Pro.

Tabela comparativa dos principais tipos de maquininhas

Tipo de MaquininhaConectividadePrecisa de Celular?Aceita Pix e NFCEmite Comprovante?Indicado para
Via Celular (Bluetooth)Bluetooth + appSimSim (via app)NãoAutônomos e MEIs
POS Móvel (Chip ou Wi-Fi)3G/4G, Wi-FiNãoSimSim (bobina)Pequenos e médios com mobilidade
POS Fixo (Ethernet)Cabo de rede (LAN)NãoSimSimVarejo com balcão e alto volume
Smart POS (Android)Wi-Fi, 4GNãoSimSimRedes, franquias e gestão avançada
POS Virtual (Link ou QR)Internet (app)SimSimDigitalE-commerce, delivery, profissionais digitais

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