Entender como funciona uma maquininha de cartão envolve observar todas as etapas do processo de pagamento: a captura das informações do cartão, a comunicação com a operadora, a autorização da transação, o registro contábil e o repasse do valor ao recebedor. Esses elementos são definidos por regras técnicas e variam conforme o tipo de conexão, o meio de pagamento e o contrato com a adquirente. Ter domínio sobre esse fluxo permite operar com previsibilidade e ajustar o uso do equipamento às necessidades do negócio.
Neste artigo, explicamos em detalhes o funcionamento técnico das maquininhas, desde a leitura do cartão até a confirmação da venda, passando por conectividade, tarifas, fluxos financeiros e integração com sistemas de gestão.
O que é uma maquininha de cartão e para que serve
A maquininha de cartão é um dispositivo eletrônico que permite realizar transações de pagamento com cartões de débito, crédito ou por aproximação (NFC). Seu principal objetivo é intermediar a cobrança presencial ou remota de produtos e serviços, conectando o cliente ao sistema financeiro de forma segura e instantânea.
Elas são amplamente utilizadas por lojistas, autônomos, prestadores de serviço e operadores de delivery, funcionando como ponto de venda (POS) que valida e processa pagamentos em nome do comerciante. As maquininhas também oferecem recursos como emissão de comprovantes, integração com Pix e conectividade via chip 4G, Wi-Fi ou Bluetooth.
Componentes físicos de uma maquininha
As maquininhas são compostas por diferentes partes físicas que permitem a leitura, digitação e autenticação das transações. Entre os componentes principais estão:
- Leitor de cartão: compatível com chip EMV, tarja magnética ou NFC.
- Teclado físico ou touchscreen: utilizado para digitar o valor da venda e senhas.
- Tela de exibição: apresenta mensagens, valores e QR Codes Pix.
- Impressora térmica (quando disponível): para emissão de comprovantes físicos.
- Módulo de conectividade: inclui chip 3G/4G, Wi-Fi e/ou Bluetooth.
- Bateria interna: responsável por manter o funcionamento sem fonte direta de energia.
Esses elementos variam de acordo com o modelo (TEF, POS ou Smart), mas todos cumprem a função de permitir o processamento seguro das vendas.
Como a maquininha lê os dados do cartão
A leitura dos dados do cartão pode ocorrer de três formas principais:
- Chip EMV: inserção do cartão no leitor, seguido da digitação da senha pelo cliente. É o método mais comum e seguro.
- Tarja magnética: deslize do cartão lateralmente, geralmente usado em cartões antigos ou estrangeiros.
- NFC (Near Field Communication): aproximação do cartão ou celular habilitado para pagamento, sem necessidade de inserir ou digitar senha (em valores até o limite permitido).
Ao ler o cartão, a maquininha acessa os dados criptografados do chip ou da tarja e inicia a comunicação com os sistemas da adquirente e da bandeira para autorização da venda.
Tipos de conexão: chip, Wi-Fi, Bluetooth e cabo
A conectividade é fundamental para o funcionamento da maquininha, pois é através dela que ocorre a comunicação com os servidores de validação da transação. Os principais tipos são:
- Chip com plano de dados (3G/4G): ideal para uso móvel e autônomo, funciona sem depender de celular ou Wi-Fi.
- Wi-Fi: recomendado para estabelecimentos fixos com rede estável.
- Bluetooth: conecta a maquininha a um smartphone com app do fornecedor, usado em maquininhas dependentes.
- Cabo USB (menos comum): utilizado em soluções TEF integradas a computadores.
Cada tipo de conexão influencia na autonomia, flexibilidade e estabilidade do sistema, impactando diretamente a operação de venda.
Como ocorre a autorização da transação (fluxo financeiro)
Quando o cartão é lido e a senha digitada, a maquininha inicia o processo de autorização da venda. Esse processo segue um fluxo padronizado:
- Envio de dados à adquirente (ex: Stone, Getnet, Cielo);
- Encaminhamento à bandeira do cartão (ex: Visa, Mastercard);
- Contato com o banco emissor do cliente para validação da compra;
- Resposta de autorização (aprovada ou negada) retorna à maquininha;
- Confirmação para o lojista com emissão do comprovante (físico ou digital).
Esse processo ocorre em segundos e depende da conectividade e da saúde dos sistemas envolvidos. Em caso de falhas na rede ou falta de saldo, a venda pode ser negada automaticamente.
Qual o papel da adquirente, bandeira e banco emissor
A transação em uma maquininha envolve três agentes principais:
- Adquirente: empresa que fornece a maquininha e processa a transação (ex: Rede, Ton, PagSeguro);
- Bandeira: rede de cartões responsável pelo roteamento das transações (ex: Visa, Elo);
- Banco emissor: instituição financeira que emitiu o cartão do cliente e autoriza ou recusa o pagamento.
A adquirente intermedeia a venda, repassa a transação para a bandeira e, por fim, recebe a resposta do banco emissor. Em seguida, ela liquida o valor da venda na conta do lojista, descontando taxas.
Diferença entre débito, crédito e parcelamento
As maquininhas processam transações com cartões em diferentes modalidades:
- Débito: o valor é debitado diretamente da conta do cliente, com saldo transferido rapidamente para o lojista (em média, 1 a 2 dias úteis).
- Crédito à vista: o valor é lançado na fatura do cliente e recebido pelo lojista no prazo padrão (geralmente 30 dias) ou com antecipação.
- Crédito parcelado: o cliente divide o valor, e o lojista recebe o total em 30 dias (ou de forma antecipada com cobrança adicional).
A escolha do tipo de transação impacta diretamente nas taxas cobradas e no fluxo de caixa do comerciante.
Como o dinheiro chega na conta do lojista
Após a autorização da venda, o valor é processado pela adquirente, que credita a quantia líquida na conta do lojista. Isso pode ocorrer em:
- Conta bancária tradicional (corrente ou poupança);
- Conta digital vinculada à maquininha (ex: conta Ton, Mercado Pago, SumUp Bank);
- Em até 1 dia útil (débito) ou 30 dias (crédito), dependendo do modelo contratado;
- Com antecipação automática ou manual, mediante cobrança de taxa adicional.
O lojista pode acompanhar todas as transações em tempo real via aplicativo, extrato da conta digital ou plataforma da adquirente.
Custos envolvidos: taxas, antecipação e mensalidades
O uso de maquininhas envolve custos operacionais que variam conforme a adquirente e o plano contratado. Os principais custos são:
- Taxa de débito: varia de 0,74% a 1,99%, conforme volume de vendas e condições promocionais;
- Taxa de crédito à vista: entre 3% e 5%, com variações para CPF e CNPJ;
- Taxa de parcelamento: inclui um percentual por parcela e taxa adicional de antecipação;
- Mensalidade ou aluguel: algumas maquininhas exigem contrato de aluguel mensal, enquanto outras são vendidas sem cobrança recorrente;
- Taxa de antecipação: incide quando o lojista opta por receber valores de crédito antes do prazo de 30 dias.
A leitura cuidadosa dos termos contratuais e das simulações de custo ajuda a evitar surpresas no recebimento.
O que é e como funciona o comprovante de pagamento
Após a conclusão da transação, a maquininha gera um comprovante como forma de registro da operação. Esse comprovante pode ser:
- Físico: impresso por meio de impressora térmica integrada, com informações sobre data, valor, tipo de pagamento, CNPJ e bandeira do cartão;
- Digital: enviado por SMS ou e-mail ao cliente, com link para visualização online;
- QR Code ou token: usado em maquininhas modernas para compartilhar o comprovante diretamente com o celular do comprador.
O comprovante é importante para fins de garantia, troca e segurança jurídica. Algumas maquininhas permitem reimpressão e consulta posterior via aplicativo.
Como funciona a segurança das maquininhas (criptografia e senhas)
As maquininhas de cartão seguem protocolos rígidos de segurança definidos por padrões como o PCI DSS (Payment Card Industry Data Security Standard). As principais camadas de proteção incluem:
- Criptografia ponta a ponta: os dados do cartão são embaralhados e protegidos desde a leitura até a aprovação;
- Autenticação por senha: impede acesso não autorizado às funções administrativas;
- Bloqueio automático por inatividade;
- Certificação homologada pela Anatel e Bandeiras;
- Atualizações automáticas de firmware para corrigir vulnerabilidades.
Essas medidas reduzem riscos de fraude, clonagem e acesso indevido aos dados sensíveis da transação.
Diferenças no funcionamento entre modelos POS, TEF e Smart
Existem três categorias principais de maquininhas, cada uma com um modo de funcionamento distinto:
- POS tradicional: funciona de forma autônoma, com chip ou Wi-Fi, indicada para pequenos negócios. Não requer integração com computador.
- TEF (Transferência Eletrônica de Fundos): depende de conexão com um computador ou sistema de frente de caixa. É usada em grandes redes de varejo e supermercados.
- Smart: maquininhas com sistema Android, apps integrados, Pix, câmera e emissão de nota fiscal. Ideal para delivery, autônomos e negócios com múltiplos serviços.
A escolha depende da estrutura do negócio, volume de vendas e necessidade de integração com outros sistemas.
O que acontece quando uma transação é recusada
Nem todas as tentativas de pagamento com cartão são aprovadas. As recusas podem ocorrer por diferentes motivos, como:
- Saldo insuficiente no cartão de débito ou limite estourado no crédito;
- Problemas de conectividade entre a maquininha e os servidores;
- Dados incorretos (senha errada, cartão vencido, leitura falha);
- Bloqueio do cartão por suspeita de fraude ou uso em local não reconhecido.
A maquininha normalmente exibe o motivo da recusa na tela. Em casos de erro sistêmico, o lojista pode tentar nova venda em outro canal (link de pagamento, Pix ou dinheiro).
Como funcionam as maquininhas com Pix
As maquininhas modernas já incluem integração com o Pix, o sistema instantâneo de pagamentos do Banco Central. Elas funcionam da seguinte forma:
- O lojista digita o valor e escolhe a opção Pix;
- A maquininha gera um QR Code Pix Dinâmico;
- O cliente escaneia o código com o app do banco e confirma a transação;
- O valor é transferido na hora, e a confirmação aparece na tela.
Esse recurso tem se popularizado por não envolver taxas em muitos casos e oferecer agilidade para o consumidor e para o comerciante.
Como funcionam as maquininhas por aproximação (NFC)
A tecnologia NFC permite realizar pagamentos apenas encostando o cartão ou celular na maquininha, sem inserir ou digitar senha (até determinado valor). Funciona assim:
- O lojista digita o valor normalmente;
- O cliente aproxima o cartão/contactless ou smartphone (Google Pay, Apple Pay, Samsung Pay);
- A venda é concluída instantaneamente, com emissão de comprovante.
Essa tecnologia está presente nas maquininhas mais recentes, exigindo compatibilidade com cartões e aparelhos habilitados. Além de prático, reduz o contato físico no ponto de venda.
Funciona sem internet? Maquininhas com modo offline
Alguns modelos oferecem modo offline, especialmente útil em regiões com instabilidade de sinal. Nessa modalidade:
- A transação é registrada localmente e concluída posteriormente, quando a maquininha reconectar à rede;
- O risco de inadimplência é maior, pois não há autorização no momento da venda;
- É comum em maquininhas Smart e POS com armazenamento interno seguro.
Apesar da utilidade, o modo offline não é indicado para vendas de alto valor, pois não há garantia de aprovação posterior.


Preciso de internet para usar uma maquininha de cartão?
Sim. A maioria das maquininhas depende de conexão com a internet (via chip, Wi-Fi ou Bluetooth pareado com celular) para autorizar as transações em tempo real. Algumas oferecem modo offline, mas com limitações de segurança.
Como o dinheiro da venda vai parar na minha conta?
Após a aprovação da venda, o valor é repassado pela empresa adquirente para a conta bancária ou conta digital do lojista, descontadas as taxas. O prazo varia conforme o tipo de transação e contrato com a operadora.
O que acontece se a transação for recusada?
A maquininha exibe o motivo da recusa, que pode estar ligado a saldo insuficiente, erro de senha, cartão vencido ou problemas de conexão. O cliente pode tentar novamente ou usar outro meio de pagamento.
Qual a diferença entre débito, crédito e parcelado?
No débito, o valor é debitado da conta do cliente imediatamente. No crédito, é lançado na fatura, e o lojista recebe depois (com ou sem antecipação). Parcelado permite dividir o valor, com taxas adicionais para o lojista.
É possível receber por Pix na maquininha?
Sim. Muitas maquininhas já oferecem opção de pagamento via Pix com geração de QR Code dinâmico. O cliente escaneia com o celular e o valor é transferido instantaneamente para o lojista.
Conclusão: entender o funcionamento evita prejuízos e escolhas erradas
Compreender como funciona uma maquininha de cartão vai muito além do ato de passar o cartão. É essencial entender cada etapa da operação: da captura dos dados à aprovação, das taxas envolvidas ao prazo de recebimento, das opções de pagamento (Pix, NFC, crédito, débito) às funcionalidades como comprovantes e segurança criptografada. Esse conhecimento permite escolher o equipamento mais adequado ao porte do negócio, evitar cobranças inesperadas e garantir uma operação segura — seja em um pequeno comércio, serviço autônomo ou empresa de médio porte.
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