Bancos e fintechs fazem parte do mesmo ecossistema financeiro, mas funcionam de formas diferentes. O banco tradicional é uma instituição autorizada pelo Banco Central para oferecer serviços como conta corrente, poupança, empréstimos e investimentos, geralmente com atendimento presencial em agências físicas. Já as fintechs são empresas que usam tecnologia para simplificar serviços financeiros, operando de forma totalmente digital, com menos custos e mais agilidade para lançar novidades.
O que é um banco tradicional?
Um banco tradicional é uma instituição financeira com estrutura física e forte regulação. Seu modelo de atuação segue normas rígidas do Banco Central do Brasil, garantindo estabilidade, proteção de depósitos e cumprimento de exigências legais.
Entre os principais serviços oferecidos estão:
- Contas correntes e poupança.
- Linhas de crédito e financiamento.
- Cartões de débito e crédito.
- Serviços de câmbio e transferências.
- Aplicações e investimentos.
O diferencial dos bancos tradicionais está na presença física, permitindo atendimento presencial para abertura de contas, assinatura de contratos e resolução de problemas. Por outro lado, essa estrutura mais robusta costuma gerar custos operacionais maiores, o que se reflete em tarifas mais altas para o cliente.
O que é uma fintech?
O termo fintech vem da junção de financial (financeiro) e technology (tecnologia) e se refere a empresas que oferecem soluções financeiras usando recursos digitais como principal canal de operação. Essas empresas normalmente não possuem agências físicas, atuando por meio de aplicativos, sites e integrações com outras plataformas.
As fintechs oferecem uma variedade de serviços, como:
- Abertura e manutenção de contas digitais.
- Emissão de cartões de crédito e débito virtuais ou físicos.
- Transferências e pagamentos via Pix e boletos.
- Empréstimos e antecipação de recebíveis.
- Serviços de investimento com taxas reduzidas.
O grande diferencial das fintechs está na agilidade para lançar novos produtos e personalizar serviços conforme o perfil do cliente. Por não dependerem de estruturas físicas robustas, elas reduzem custos e oferecem tarifas menores ou até isenção de algumas taxas.
Muitas fintechs também inovam em design de experiência do usuário, tornando o acesso aos serviços mais simples e intuitivo, especialmente para quem prefere resolver tudo pelo celular.
Segundo dados do Banco Central do Brasil, o número de fintechs autorizadas a operar no país mais que dobrou nos últimos cinco anos, impulsionado pelo avanço da tecnologia e pelo surgimento de regulações como o Open Finance. Essas medidas permitem maior integração entre instituições e ampliam a concorrência no setor, beneficiando diretamente os consumidores. Veja o levantamento completo no site do Banco Central.
Principais diferenças entre banco e fintech
Embora ofereçam serviços semelhantes, bancos e fintechs se diferenciam em vários aspectos que impactam diretamente a experiência do cliente.
1. Estrutura física e canais de atendimento
- Banco: mantém agências físicas e centrais de atendimento telefônico.
- Fintech: atua exclusivamente no ambiente digital, com suporte por chat ou e-mail.
2. Regulação e licenciamento
- Banco: regulamentado de forma rigorosa pelo Banco Central, com exigências de capital mínimo, garantias e relatórios periódicos.
- Fintech: também precisa de autorização ou registro no Banco Central para determinadas operações, mas com requisitos menos complexos dependendo da atividade.
3. Custos e tarifas
- Banco: tarifas mais elevadas para manutenção de conta e serviços.
- Fintech: modelos com tarifas reduzidas ou contas gratuitas.
4. Velocidade de inovação
- Banco: processos de mudança mais lentos, devido à burocracia e estrutura.
- Fintech: ágil para implementar novos recursos e responder a demandas do mercado.
5. Experiência do usuário
- Banco: atendimento presencial e múltiplos canais, mas muitas vezes com burocracia.
- Fintech: foco na experiência digital e na simplificação de processos.
Essa comparação mostra que a escolha entre banco e fintech depende mais do perfil e das necessidades do cliente do que de um ser “melhor” que o outro.
Vantagens e desvantagens de cada modelo
Banco tradicional – Vantagens:
- Maior histórico e reputação no mercado.
- Rede de agências e caixas eletrônicos para atendimento presencial.
- Ampla variedade de produtos financeiros, como câmbio, investimentos e seguros.
- Cobertura nacional e, em alguns casos, internacional.
Banco tradicional – Desvantagens:
- Tarifas e custos operacionais mais altos.
- Processos internos mais lentos devido à burocracia.
- Menor flexibilidade para personalização de serviços.
Fintech – Vantagens:
- Atendimento rápido e 100% digital.
- Tarifas reduzidas ou isenção de custos em alguns serviços.
- Inovação constante, com lançamentos frequentes de novas funcionalidades.
- Interface intuitiva e amigável.
Fintech – Desvantagens:
- Menor rede de atendimento físico.
- Dependência total de canais digitais para resolução de problemas.
- Menos opções em serviços complexos, como câmbio especializado ou produtos de alto investimento.
O equilíbrio entre custo, praticidade e amplitude de serviços costuma ser o ponto central para decidir qual modelo atenderá melhor cada tipo de cliente.
Como escolher entre banco e fintech
A decisão entre abrir conta em um banco ou em uma fintech depende de fatores como perfil de uso, volume de transações e necessidades específicas.
Para fazer a escolha de forma mais assertiva, é importante considerar:
- Finalidade da conta – Se a conta será usada para operações do dia a dia ou para necessidades específicas, como investimentos, recebimento de pagamentos ou gestão empresarial.
- Frequência de atendimento presencial – Clientes que ainda precisam resolver questões pessoalmente podem preferir bancos tradicionais.
- Custo total – Avaliar tarifas de manutenção, transferências e saques, além de possíveis taxas ocultas.
- Serviços complementares – Seguros, investimentos diversificados, câmbio ou antecipação de recebíveis.
- Suporte ao cliente – Tempo de resposta e canais de atendimento disponíveis.
Muitas pessoas acabam mantendo conta em ambos: o banco para serviços mais estruturados e a fintech para operações rápidas e de baixo custo. Essa combinação pode garantir o melhor dos dois mundos.
A convergência entre bancos e fintechs
Nos últimos anos, a distinção entre bancos e fintechs tem diminuído. Muitos bancos tradicionais investem em braços digitais para competir com a agilidade das fintechs, enquanto várias fintechs buscam licenças para operar como instituições financeiras plenas.
Essa convergência acontece de diferentes formas:
- Bancos criando contas 100% digitais – Exemplos incluem versões digitais com aplicativos dedicados, taxas menores e processos simplificados.
- Fintechs obtendo autorização do Banco Central – Tornam-se instituições de pagamento ou mesmo bancos, ampliando a oferta de serviços.
- Parcerias estratégicas – Integrações de plataformas de fintech com infraestrutura bancária para viabilizar novos produtos.
- Uso de APIs abertas (Open Banking) – Compartilhamento seguro de dados entre instituições para criar soluções personalizadas.
O resultado é um mercado mais competitivo e diversificado, oferecendo ao consumidor final mais opções para gerenciar seu dinheiro com flexibilidade e segurança.
Curiosidades sobre bancos e fintechs
- Primeiro banco digital do Brasil – O Banco Original foi um dos pioneiros a lançar uma conta 100% digital no país, em 2016, abrindo caminho para outros players.
- Fintech mais valiosa do Brasil – O Nubank alcançou valor de mercado bilionário e tornou-se referência mundial em modelo de negócio escalável e digital.
- Bancos centenários – Algumas instituições financeiras tradicionais no Brasil têm mais de 100 anos de história, como o Banco do Brasil (fundado em 1808).
- Regulação flexível para inovação – O Banco Central criou o ambiente regulatório chamado sandbox, permitindo que fintechs testem novos serviços com supervisão reduzida.
- Popularização do Pix – A implementação do Pix favoreceu a entrada de fintechs menores no mercado, já que puderam competir diretamente com bancos no quesito rapidez de transferências.
Esses fatos mostram que o cenário financeiro no Brasil está em constante evolução, impulsionado tanto pela tradição dos bancos quanto pela inovação das fintechs.
Dicas para aproveitar melhor bancos e fintechs
- Combine serviços – Use a solidez do banco tradicional para guardar recursos e acessar produtos mais complexos, enquanto aproveita a praticidade da fintech para transações rápidas.
- Compare tarifas regularmente – Tanto bancos quanto fintechs atualizam suas tabelas de preços e benefícios com frequência.
- Use o Open Finance a seu favor – Integre contas e investimentos em um único aplicativo para ter visão consolidada das finanças.
- Mantenha a segurança digital – Ative autenticação em dois fatores e evite acessar contas em redes públicas.
- Aproveite benefícios exclusivos – Cashback, programas de pontos, descontos em parceiros e cartões sem anuidade são vantagens comuns nas fintechs.
Ao usar cada modelo de forma estratégica, é possível maximizar benefícios e minimizar custos.


O mercado financeiro brasileiro está mais diversificado do que nunca, oferecendo tanto a solidez dos bancos tradicionais quanto a inovação das fintechs. Conhecer as diferenças e pontos fortes de cada modelo permite ao usuário escolher com mais consciência, ou até mesmo combinar os dois para ter acesso ao que há de melhor em serviços, custos e praticidade.
Se o seu objetivo for integrar soluções de pagamento modernas ao seu negócio, vale conhecer também as melhores maquininhas de cartão do Brasil em 2025, que analisamos e comparamos de forma imparcial no Maquininha Review.
O que é mais seguro: banco ou fintech?
Ambos podem ser seguros, desde que autorizados e regulados pelo Banco Central. Bancos têm histórico mais longo, enquanto fintechs seguem padrões de segurança digital modernos, como criptografia e autenticação em dois fatores.
Posso ter conta em banco e fintech ao mesmo tempo?
Sim. Muitos usuários combinam os serviços, usando bancos para produtos tradicionais e fintechs para operações rápidas e com menos tarifas.
O avanço das fintechs e a modernização dos bancos tradicionais mostram que o mercado financeiro está em plena transformação. Cabe ao usuário entender suas necessidades, comparar serviços e, sempre que possível, aproveitar o melhor de cada modelo. A combinação de solidez e inovação pode ser a chave para uma gestão financeira mais eficiente e alinhada aos tempos digitais.


















