Definição: o mercado usa esse termo para descrever a negociação de novas condições de MDR, prazos de repasse e custos operacionais com outra operadora. Esse processo impacta diretamente o fluxo de caixa do negócio e a previsibilidade das vendas.
É preciso distinguir esse procedimento da transferência de titularidade da maquininha cartão. A transferência altera cadastro e contratos; a negociação altera preços e prazos de recebimento.
Componentes do preço incluem comissões por débito, crédito e parcelado, tarifas fixas e custos de repasse. Empresas adquirentes e subadquirentes avaliam histórico de pagamentos, volume e risco antes de oferecer condições.
A análise prévia exige mapear pagamentos por método e estimar impacto no caixa. A decisão busca redução de despesas e padronização, mas requer plano de transição para evitar indisponibilidade nas vendas.
Este guia traz conceitos, critérios de comparação, passo a passo por marcas e regras de repasse, com dados verificáveis e processos formais. Consulte também como fazer portabilidade para exemplos de tarifas praticadas no mercado.
O que é portabilidade de taxas e como se diferencia da transferência de titularidade
Explicam-se aqui as diferenças práticas entre firmar novo acordo de tarifas e alterar o recebedor do dispositivo. A negociação de condições consiste em acertar novos percentuais, prazos de repasse e regras comerciais com outra operadora sem mudar a posse do equipamento.
Esse procedimento não altera o cadastro físico da maquininha nem o destino imediato dos valores. Limites práticos incluem elegibilidade por perfil comercial e impossibilidade de replicar certas ofertas entre adquirentes.
Por contraste, a transferência de titularidade é a troca formal do responsável pelo equipamento. O novo titular precisa desvincular e ativar a máquina para começar a receber os valores das vendas.
Procedimentos resumidos por empresa: PagBank (site, Venda Presencial > Meus dispositivos, confirmação por e-mail), Mercado Pago (indicação de e-mail e reinicialização), Ton (app, alteração da conta de recebimento), SumUp (desativação no terminal e ativação pelo novo dono) e Getnet (desvincular no app/terminal e ativar na nova conta).
Antes da mudança, archive comprovantes, atualize dados fiscais e teste transações. O acordo deve prever responsabilidade por valores pendentes e conciliação das últimas transações antes da troca.
Quando faz sentido portar taxas da sua maquininha
Identificar se vale mudar o acordo passa por analisar indicadores de cobrança e prazos de repasse. A avaliação deve usar números reais da operação para comparar impacto no caixa.
Indicadores de custo
Critérios objetivos: compare o MDR aplicado em débito e crédito, o custo do parcelado e as regras de antecipação recebíveis. Considere também aluguel, adesão e custos por chargeback.
- Projete vendas mensais por método e simule cenários com e sem antecipação.
- Calcule o efeito dos prazos, expressos em dia útil, sobre o capital de giro.
- Avalie mudança de modelo: novas maquininhas podem reduzir recusas e aumentar aprovação.
Sinais de alerta e riscos operacionais
Considere migração quando houver variação recente nas taxas, aumento do ticket médio ou maior uso de parcelado. Bloqueios recorrentes, instabilidade do terminal ou suporte técnico incompatível com o negócio são sinais de alerta.
Planeje janelas de troca, reconfiguração de Wi‑Fi/chip e testes de recibo para evitar interrupção nas vendas. Verifique se a operadora atual oferece revisão de condições antes de buscar uma alternativa e compare os valores líquidos por venda.
Como comparar e negociar taxas com operadoras
Mapear custos por forma de pagamento permite comparação objetiva entre fornecedores.
Mapeando custos: registre a taxa aplicada em cada transação para débito, crédito à vista e crédito parcelado. Calcule o valor líquido recebido por venda considerando tarifas e eventuais tarifas fixas.
Considere prazos de recebimento: D+1, D+14 e D+30. Projete impacto no fluxo de caixa e estime custo financeiro caso seja necessária antecipação.
Referências de mercado e cenário padrão
Use referências públicas como patamar inicial. Exemplo: PagBank Moderninha Pro 2 indica tarifas a partir de 1,99% (débito), 3,19% (crédito) e 3,79% (parcelado). Ton T3 Plano Pro apresenta a partir de 1,45% (débito), 3,51% (crédito) e 6,99% (parcelado) e menções a repasse em até D+1.
Fornecedor | Débito | Crédito à vista | Parcelado |
---|---|---|---|
PagBank Moderninha Pro 2 | 1,99% | 3,19% | 3,79% |
Ton T3 – Plano Ton Pro | 1,45% | 3,51% | 6,99% |
Compare propostas formais usando o mesmo cenário de ticket médio, mix de parcelas e projeção de valores vendas.
Negocie com dados: histórico de faturamento, índice de aprovação e chargeback sustentam pedidos por redução. Registre todas as condições em contrato, incluindo variações por bandeira e procedimentos em caso de indisponibilidade.
Escolha maquininha com base em estabilidade, aceitação de bandeiras, suporte técnico e custo total de propriedade. Realize testes‑piloto antes de migrar todas as vendas.
Passo a passo por operadora: migrando condições e/ou transferindo titularidade
Este segmento descreve os passos operacionais exigidos por cada empresa para transferir um equipamento ou alterar a conta de recebimento.
PagBank (PagSeguro)
No portal, acesse Venda Presencial > Meus dispositivos, selecione a maquininha e clique em “Transferir”.
Informe o e‑mail do novo titular e confirme com o código enviado ao celular. O novo dono aceita por e‑mail, cria conta se necessário e ativa o terminal conforme o modelo.
Mercado Pago
Liste terminais na conta, escolha o equipamento e informe o e‑mail do novo titular.
Após confirmação, reinicie a máquina para que a nova conta passe a receber.
Ton (Stone)
No app Ton, remova a conta de recebimento atual e insira a nova conforme orientação. Contate o SAC se houver dúvidas sobre o modelo ou a forma de uso.
SumUp
No terminal, acesse “Configurações gerais” > “Desativar máquina” e confirme com código. O novo titular ativa a máquina pelo site; na SumUp Top a ativação ocorre por pareamento com smartphone.
Getnet
Em “Minhas máquinas” no app, use “Desvincular máquina”. O novo titular ativa a maquininha em sua conta Getnet para voltar a operar.
- Recomendações: registre comprovantes, alinhe as condições comerciais antes do procedimento e execute testes de transação e impressão/envio de recibos no dia da mudança.
- Considere prazos operacionais em dia útil para evitar paralisações no ponto de venda.
Repasse de taxas ao cliente de forma legal e transparente
A legislação autoriza diferenciação de preços conforme meio ou prazo de pagamento, desde que haja informação clara e prévia ao consumidor. A Lei nº 13.455/2017 inclui o Art. 5º‑A que exige visibilidade de descontos e variações por instrumento de pagamento.
O que compõe a cobrança
Taxa maquininha inclui MDR por transação, custo de antecipação, aluguel e taxa de adesão. Esses itens formam o custo total que pode ser considerado para repassar taxa maquininha cliente.
Como comunicar em ponto venda e online
Exiba aviso em local visível no ponto venda físico e no checkout online. Mostre o preço por forma (dinheiro, Pix, débito, cartão crédito) e o valor final antes do pagamento.
Exemplo de cálculo
Identifique o MDR aplicável. Em uma venda de R$ 100 com MDR de 2,5%, a taxa é R$ 2,50. Se optar por repassar taxa, o total informado ao cliente será R$ 102,50.
Alternativas ao repassar
O lojista pode embutir o custo no preço ou oferecer descontos pagamentos vista. Outra opção é negociar redução de taxa maquininha cartão com a adquirente ou escolher uma maquininha cliente com condições melhores.
Item | Componente | Exemplo |
---|---|---|
Cálculo | MDR por transação | R$ 100 × 2,5% = R$ 2,50 |
Comunicação | Ponto venda / Checkout | Aviso visível e valor total antes do pagamento |
Alternativa | Desconto à vista | Preço embutido ou redução para pagamento em dinheiro/Pix |
Conserve política escrita, treine a equipe e registre o procedimento na nota fiscal quando houver cobrança distinta por forma. Para orientações adicionais sobre prática e legislação consulte legislação sobre cobrança e observe casos de revisão em variação de condições.
Portabilidade de taxas entre operadoras de maquininha na prática
Aplique um roteiro operacional para solicitar novas condições e registrar a mudança.
Checklist para solicitar novas condições e registrar a mudança
- Levantar extratos com as atuais taxa maquininha, volumes por forma e prazos de recebimento.
- Definir condições pretendidas e metas de redução de custo para cada forma de venda.
- Enviar histórico de pagamentos e vendas para múltiplas adquirentes pedindo simulações com e sem antecipação.
- Registrar propostas por e‑mail, salvar capturas de tela e anotar números de chamados comerciais.
- Manter alternativa de recebimento (Pix ou outro terminal) durante a transição.
Documentos, prazos e cuidados com ativação/desvinculação
Reúna contrato atual, CNPJ/CPF, comprovante bancário e inventário da maquininha cartão.
Solicite prazo de resposta comercial e escolha janela de menor movimento para executar a troca.
Na desvinculação, confirme titular, atualize conta de recebimento e realize testes de transação.
Após ativação, verifique os primeiros ciclos de repasse para validar os valores e registre qualquer divergência por e‑mail ou aditivo.
Controle e conciliação: garantindo que as novas taxas estejam corretas
A conciliação diária permite identificar diferenças entre relatórios de venda e os repasses bancários.
Conferindo relatórios, repasses e taxas cobradas
Defina rotina por dia para confrontar extratos de pagamentos com arquivos de repasse. Registre NSU, data/hora, bandeira, forma e parcela para cada transação.
Verifique se as taxas aplicadas no arquivo batem com o contrato conforme operadora.
Conciliação de cartões como rotina financeira do lojista
Automatize quando possível. Ferramentas reduzem horas gastas e erros no custo de conciliação.
- Registrar diferenças entre valores vendas e repasse e abrir chamados com evidências.
- Checar efeitos de antecipação recebíveis e ajustes por chargeback.
- Documentar prazos, responsáveis e arquivar relatórios para auditoria.
- Integrar conciliação à precificação para ajustar política de repasse.
A auditoria periódica confirma que a maquininha cliente e a equipe aplicam as novas condições ao negócio.
Conclusão
Conclusão
A decisão exige consolidar dados financeiros e validar operacionalmente antes de formalizar mudanças na maquininha. Compare custo por débito e crédito, prazos de repasse e impacto no fluxo de caixa.
Transferir titularidade é processo distinto e aplica‑se à compra ou troca do equipamento. Siga procedimentos de desvinculação e ativação para evitar perda de vendas.
É permitido repassar taxa ao cliente desde que haja informação prévia. Calcule com base na taxa transação e demais componentes do custo e documente a política.
Mantenha comunicação padronizada no ponto físico e no checkout, ofereça descontos pagamentos vista como alternativa e revise condições e escolha maquininha periodicamente.
Próximos passos: consolidar dados, negociar, oficializar a transição, configurar a máquina e monitorar os primeiros ciclos de repasse.