Este texto tem por objetivo construir uma linha do tempo factual sobre a introdução e a transformação das maquininhas no país. O foco cobre o percurso desde o uso de imprinter com papel carbono até os terminais eletrônicos e os Smart POS com Android.
A adoção local ocorreu depois do lançamento do primeiro POS eletrônico pela Verifone em 1979. A transição técnica seguiu do imprinter manual para terminais eletrônicos com comunicação fixa e, mais tarde, para dispositivos móveis com GPRS/3G/4G e sistemas Android.
Entre as décadas seguintes, o mercado foi dominado por um duopólio formado por VisaNet e Redecard, que operavam com exclusividade por bandeira até 2010. A regulamentação que permitiu portabilidade entre bandeiras ampliou a concorrência, reduziu taxas médias no cartão crédito à vista e manteve o prazo de recebimento de até 30 dias, por conta do desenho do fluxo financeiro.
Serão descritos indicadores de expansão — como a base de terminais, que cresceu de menos de 200 mil em 1998 para mais de 2 milhões em 2014 — e os componentes do sistema: emissor, bandeiras, adquirentes e CIP. As seções seguintes detalham mudanças regulatórias, tecnologias (NFC, QR/Pix) e a interação entre empresas tradicionais e fintechs.
Do papel carbono ao POS: o ponto de virada que modernizou os pagamentos
A sequência histórica entre escambo, moeda metálica, cheques e cartões explica por que houve demanda por automação no ponto de venda.
Escambo, cheques e a chegada do cartão
Antes da leitura eletrônica, o ciclo de troca baseava-se em instrumentos físicos. O cartão surgiu como forma de crédito e instrumento que viabilizaria processamento uniforme em estabelecimentos maiores.
O imprinter e as limitações do processo manual
O imprinter era um equipamento mecânico que transferia os dados em relevo para recibos com papel carbono. Depois, o lojista enviava os comprovantes para conferência e compensação pelo emissor.
Esse método gerava erros humanos, janelas maiores para fraude e ausência de autorização em tempo real.
A tarja magnética, desenvolvida pela IBM nos anos 1960, permitiu leitura eletrônica dos dados do cartão. Em 1979, a Verifone lançou o primeiro terminal conectado por linha telefônica. A chamada discada proporcionava autorização em segundos, reduzindo etapas manuais.
A automação trouxe padronização técnica requerida pelas bandeiras, integridade dos registros e capacidade de auditoria. O ganho de tempo no pagamento alterou o uso do cartão em pontos de venda de alto giro, como supermercados, e preparou a migração futura para chip EMV e autenticação por PIN.
Anos 70: imprinter, papel carbono e recebimento em dois dias
Nos anos 70, o registro de uma venda seguia processo manual. O comerciante rolava o cartão em relevo no imprinter e gerava recibos em papel carbono. O cliente assinava o comprovante. Em seguida, os recibos eram enviados ao banco emissor para compensação.
Fluxo operacional e prazo de repasse
O fluxo envolvia leitura mecânica, coleta da assinatura e envio físico dos comprovantes. O lojista podia escolher o prazo de recebimento; cerca de 95% optava por dois dias, o que acelerava o caixa.
Taxas, escala e limitações
A remuneração típica era uma taxa média de 8% por transação. Não havia opção de parcelamento no ponto de venda. Operações em débito, como conhecidas hoje, não estavam difundidas.
| Item | Prática nos anos 70 | Impacto |
|---|---|---|
| Registro | Imprinter e papel carbono | Dependência de processo manual |
| Prazo | 2 dias (95% das escolhas) | Fluxo de caixa mais rápido |
| Taxa | ~8% por transação | Redução de margem por venda |
Comprovantes assinados precisavam ser arquivados para contestação. Quando o volume de vendas aumentava, o processo mostrava limitação de escala. A transição nos anos 80 introduziu mudanças no prazo e no modelo econômico.
Anos 80: inflação alta, mudança no modelo e prazo de 30 dias
A inflação elevada na década de 1980 tornou inviável o repasse em dois dias com uma taxa média próxima a 8%.
O custo financeiro do adiantamento passou a superar a margem operacional das credenciadoras. Por esse motivo, adotou-se o prazo de 30 dias para liquidação das vendas a crédito.
Com a mudança, o financiamento do ciclo de pagamentos recaiu sobre o lojista. Esse deslocamento afetou o capital de giro e reduziu o valor presente das receitas provenientes de cartões.
O registro e a compensação das vendas continuaram a ocorrer, mas a liquidação financeira ficou diferida por 30 dias.
Empresas ajustaram suas margens e modelos de risco para absorver o novo tempo de recebimento. Parte dos participantes começou a oferecer antecipação de recebíveis como serviço financeiro.
Essa alteração ocorreu antes da massificação dos terminais eletrônicos e permaneceu como prática vigente por décadas. Relatos de executivos de credenciadoras indicam melhoria de resultado após o ajuste de prazo.
Para entender como o mercado evoluiu nas décadas seguintes, verifique também informações sobre impressão de comprovante e produtos correlatos em impressão de comprovante.
Anos 90: o duopólio VisaNet e Redecard e a limitação por bandeiras
Em meados dos anos 90, o atendimento a cartões seguiu por operadoras exclusivas.
Duplas no ponto de venda
Em 1995 consolidou-se um duopólio técnico: VisaNet atendia Visa e Redecard atendia Mastercard. Estabelecimentos mantinham duas máquinas para aceitar ambas as opções.
Concentração e efeitos para o lojista
As duas bandeiras somavam cerca de 80% do mercado de cartões de crédito e 90% dos cartões de débito. Esse acordo reduziu a contestabilidade e elevou o poder de precificação das adquirentes.
- A relação entre empresa adquirente e base de clientes era atrelada à bandeira específica.
- Interoperabilidade na mesma maquininha não existia antes de 2010.
- O prazo de recebimento em crédito permaneceu em até 30 dias mesmo com a digitalização.
Para o lojista, a concentração aumentou custos e complexidade operacional, em função de taxas e gestão de terminais. A intervenção regulatória posterior visou ampliar competição e reduzir essas barreiras.
2010 e a intervenção do Banco Central: fim da exclusividade e nova concorrência
A intervenção do banco central em 2010 extinguiu o acordo de exclusividade entre adquirentes e bandeiras. Essa mudança alterou contratos e condições comerciais entre credenciadoras, emissores e redes de aceitação.
Portabilidade de bandeiras, queda de taxas e mais competição
A medida permitiu que uma mesma máquina aceitasse múltiplas bandeiras. O efeito imediato foi maior concorrência e entrada de novos players nacionais e internacionais.
As taxas médias para operações à vista em crédito recuaram para cerca de 3,5% em média. O aumento de competidores viabilizou modelos de fintechs adquirentes e oferta comercial diversificada.
O que não mudou: recebimento em até 30 dias no crédito
O tempo de liquidação do crédito manteve-se em até 30 dias, conforme desenho do fluxo financeiro. Houve, porém, maior negociação de antecipação de recebíveis e serviços financeiros associados ao POS.
O novo arranjo aprimorou regras de interoperabilidade no sistema, acelerou a adoção de aproximação e QR, e reorganizou o mercado de pagamentos e cartões.
Primeiras maquininhas no Brasil marcaram evolução do setor
A implementação de dispositivos de leitura de cartão acompanhou transformações na infraestrutura de comunicação e na regulação.
Da adoção tardia ao salto competitivo: a linha do tempo brasileira
O percurso nacional começa com o imprinter nos anos 70 e avança para terminais eletrônicos nas décadas seguintes.
O marco internacional do POS da Verifone em 1979 influenciou padrões técnicos adotados no mundo. A estabilização após o Plano Real favoreceu a expansão da base instalada.
Entre 1998 e 2014 a base cresceu de centenas de milhares para milhões de terminais. A quebra de exclusividade em 2010 acelerou a entrada de concorrentes e a redução de taxas.
Cada etapa combinou avanços técnicos e mudanças de mercado, ampliando a aceitação e permitindo que pequenas empresas adotassem modelos sem mensalidade.
“A integração de conectividade móvel entre 2005 e 2015 permitiu pagamentos fora do balcão, em feiras e delivery.”
Posteriormente, funcionalidades como parcelamento, relatórios e gestão via apps tornaram dados transacionais disponíveis para análise operacional.
Marco global: do imprinter ao primeiro POS eletrônico da Verifone em 1979
A adoção de terminais com leitura de tarja e comunicação telefônica representou um salto operacional em 1979.
Tarja magnética, telefonia e autorização em segundos
O imprinter foi o equipamento antecedente, baseado em relevo e papel carbono. Esse processo exigia envio físico e confirmação manual.
Em 1979 a Visa contratou a Verifone para desenvolver o terminal ZON. Ele leu a tarja magnética e discava para validar a transação. A autorização passou de minutos ou horas para segundos.
Posteriormente, os dispositivos evoluíram com teclados alfanuméricos, displays, impressoras térmicas e modems integrados. Integração com ERPs tornou-se comum.
| Ano | Recurso | Impacto | Escopo |
|---|---|---|---|
| Antes de 1979 | Imprinter | Processamento manual | Baixo número de transações |
| 1979 | Terminal ZON (tarja + discagem) | Autorização em segundos | Varejo de alto giro |
| Décadas seguintes | Teclado, display, modem | Mais automação e integração | Expansão regional |
| Anos 2000 | PIN e EMV (posterior) | Nova camada de segurança | Adoção global |
O padrão técnico do POS estabelecido nessa fase foi replicado por fabricantes e adquirentes. O modelo aumentou o número de transações por estabelecimento e preparou a adoção de autenticação por PIN e chip EMV.
EMV e chip com PIN: a revolução da segurança nos anos 2000-2011
A adoção do chip com PIN reconfigurou a dinâmica de autenticação nas vendas presenciais.
O conjunto EMV integra três componentes principais: o chip físico, a criptografia assimétrica embarcada e a autenticação por PIN no terminal. O chip armazena chaves e gera criptogramas por transação, o que altera o processo de validação em relação à leitura de tarja magnética.
Na comparação, a tarja transmite dados em claro e depende de confirmação por assinatura. O chip valida a origem do cartão e verifica o PIN no POS, reduzindo possibilidades de clonagem em transações presenciais.
No país, a migração acelerou a partir da metade dos anos 2000 e as principais bandeiras tornaram o chip obrigatório em 2011. A janela de transição exigiu upgrades no parque de terminais e atualizações de software das maquininhas.
Certificações EMV cobrem níveis físico (nível 1), lógico/firmware (nível 2) e integração de negócios (nível 3). Essas certificações garantem conformidade técnica e interoperabilidade entre empresas e mercados internacionais.
O efeito observado foi queda de fraudes por falsificação em pontos de venda. A convivência de operações de crédito e débito em um único dispositivo passou a ser comum, com autenticação por PIN para ambas as modalidades.
O modelo manteve autorização remota em tempo real e registro eletrônico de comprovantes. Para lojistas que consideram atualizações, veja os benefícios da maquininha de cartão e os impactos na operação.
Plano Real e a massificação do cartão: base instalada e hábitos de consumo
A estabilidade de preços após 1994 favoreceu a integração do cartão à rotina de consumo e ao fluxo de caixa do comércio. Em poucos anos aumentou o uso de cartões em pagamentos de varejo e serviços.
Entre 1998 e 2014 a base de terminais cresceu de menos de 200 mil para mais de 2 milhões. Esse número reflete adoção por redes varejistas e estabelecimentos de diferentes portes, do pequeno comércio às grandes cadeias.
A difusão do parcelamento como modalidade de crédito elevou a demanda por POS. A aceitação ampliada resultou em aumento das vendas registradas via terminais e redução do uso de dinheiro físico.
- Maior previsibilidade de consumo após o Plano Real.
- Expansão da base e integração de débito e crédito na mesma plataforma.
- Padronização de comprovantes, relatórios e integração a sistemas de caixa.
A massificação ocorreu em paralelo ao avanço da infraestrutura de comunicação e de backbones. Essa base instalada serviu como alicerce para a chegada de terminais móveis e Smart POS.
Para detalhes sobre a vantagem da maquininha na operação comercial, consulte a seção indicada.
O boom 2005-2015: mobilidade, GPRS/3G e maquininhas para todos os tamanhos
Entre 2005 e 2015, a integração de redes móveis transformou terminais fixos em dispositivos com mobilidade própria.
Do balcão à rua: feiras, delivery e serviços autônomos
Terminais com chip GPRS/3G substituíram conexões por linha telefônica e Ethernet. Essa transição permitiu registro de transações em qualquer local com cobertura móvel.
A adoção expandiu o uso em feiras livres, food trucks, entregas e vendas porta a porta. Prestadores autônomos ganharam autonomia de conectividade e passaram a emitir comprovante no ponto de venda.
Integrações iniciais com aplicativos móveis permitiram consulta de relatórios no visor e gestão simples de vendas. A competição comercial adaptou planos a volumes distintos, reduzindo barreiras para microempreendedores.
| Característica | Terminal fixo | Terminal móvel (GPRS/3G) |
|---|---|---|
| Conectividade | Linha/Ethernet | Chip móvel |
| Casos de uso | Loja física | Feiras, delivery, serviço autônomo |
| Impacto operacional | Atendimento no balcão | Redução do tempo de atendimento e maior rotação |
| Adoção de aproximação | Limitada | Incipiente em alguns modelos |
O aumento da mobilidade contribuiu para elevação do volume de vendas e ampliação do mercado formal. Para análise de custos e opções recentes, consulte alternativas com melhor custo-benefício em 2025.
Fintechs e democratização: PagSeguro, Stone, SumUp, Mercado Pago e Ton
Após 2010, novas empresas digitais ampliaram canais de aquisição e oferta de terminais. Plataformas passaram a vender dispositivos por internet e ativar contas em minutos.
Entrada digital, sem mensalidade e ativação rápida
Modelos sem mensalidade e custo inicial reduzido facilitaram acesso de microempreendedores. A maquininha pode operar via Bluetooth com celular ou como terminal autônomo com chip próprio.
Impacto em taxas, prazos e acesso de MEIs e pequenos negócios
O foco em MEIs aumentou número de estabelecimentos com leitor de cartão e pressionou taxas no mercado. Parte das empresas integrou contas digitais, links de pagamento e carteiras.
| Player | Canal | Hardware | Serviços |
|---|---|---|---|
| PagSeguro | Online | Bluetooth / Autônomo | Conta digital, antecipação |
| Stone | B2B + digital | Terminal avançado | Gestão de vendas, conciliação |
| SumUp / Mercado Pago | App / web | Leitor móvel | Links, carteira, conta |
O prazo padrão para crédito manteve-se em até 30 dias, com oferta de antecipação mediante custo. Para clientes, o ganho operacional aparece em relatórios, conciliação e controle do negócio.
Tecnologias que moldam o presente: NFC, QR/Pix, Smart POS e apps
As tecnologias recentes redesenharam como consumidores e estabelecimentos processam pagamentos no ponto de venda.
Pagamentos por aproximação e a ascensão do contactless
O NFC permite pagamentos por aproximação com cartões, celulares e wearables. O fluxo de autorização envia um criptograma ao emissor. Valores baixos podem ser dispensados de PIN conforme limite definido pelo emissor.
QR Code e Pix no POS: custo, velocidade e adesão
Terminais geram QR dinâmico para Pix e carteiras, reduzindo custo de aceitação e acelerando liquidação. QR estático permanece para cobrança recorrente; o dinâmico vincula o comprovante à venda.
| Recurso | Descrição | Impacto |
|---|---|---|
| Leitor NFC | Autorização contactless | Atendimento mais rápido |
| Câmera/QR | Pix dinâmico/estático | Menor taxa por transação |
| Android / apps | Integração ERP e emissão fiscal | Automação de conciliação |
Smart POS com Android: gestão, integração e experiência
Smart POS reúne EMV, NFC, câmera para QR, Wi‑Fi/4G e impressão térmica. Plataformas suportam apps de gestão, estoque e nota fiscal eletrônica.
Conformidade PCI‑DSS, tokenização e biometria aparecem como camadas adicionais. Fabricantes como Ingenico, Verifone e PAX fornecem modelos usados em restaurantes, clínicas e varejo.
Como o sistema funciona por dentro: emissor, bandeira, adquirente, CIP e receitas
A cadeia de processamento define como uma venda com cartão se transforma em crédito disponível para o lojista.
O fluxo da transação: do cartão ao recebimento do lojista
O portador apresenta o cartão no ponto de venda; o terminal captura os dados e envia a mensagem à adquirente.
A adquirente roteia a requisição para a bandeira, que encaminha ao emissor. O emissor valida saldo ou limite e responde com autorização ou recusa.
Após autorização, o comprovante é impresso e a venda registrada. Na liquidação financeira, o emissor transfere valores via bandeira; a credenciadora recebe e, com apoio da CIP, repassa ao estabelecimento.
MDR, antecipação e aluguel: as três fontes de receita
As receitas provêm de três fontes principais: MDR por transação, custo de antecipação de recebíveis e venda ou aluguel do terminal.
O valor líquido ao lojista resulta da dedução de MDR e tarifas, e do custo quando há antecipação. Variáveis como bandeira, modalidade (crédito/ débito), parcelamento e risco influenciam a precificação.
| Etapa | Descrição | Impacto no valor |
|---|---|---|
| Captura | Leitura no POS e envio à adquirente | Registro de dados para autorização |
| Autorização | Bandeira e emissor verificam transação | Decisão em segundos; define aceite |
| Liquidação | Fluxo financeiro via bandeira/CIP | Repasse ao lojista conforme prazo |
| Receitas | MDR, antecipação, venda/aluguel | Reduzem o valor líquido recebido |
Estratégia e disputa de mercado: “guerra das maquininhas”, dados e players
A competição entre adquirentes intensificou-se na última década, com impacto direto em preços e serviços.


O crescimento do TPV elevou o uso de pagamentos por aproximação. Em 2021, aproximados R$ 40 bilhões foram processados por aproximação na Cielo, representando 13,1% do volume daquela empresa.
Crescimento do TPV, base instalada e pressão por taxas menores
A expansão do parque ultrapassou 11 milhões de dispositivos. Esse aumento gerou pressão para redução de taxas e modelos com menor take rate.
Cielo, Rede, Getnet, PagSeguro e Stone: forças e fragilidades
Controladores bancários e fintechs disputam participação. As empresas oferecem hardware, conta digital e antecipação como diferenciais.
Pix, juros e funding: riscos que comprimem margens
O banco central influenciou a abertura competitiva iniciada em 2010. Pix e open banking desviam volume; juros e funding mais caros ampliam custo de capital.
Como resultado, margens caem. A receita segue concentrada em MDR, antecipação e aluguel/venda de terminais. O risco de crédito nas carteiras de antecipação exige provisão e gestão ativa.
Conclusão
A trajetória técnica sintetiza etapas: papel carbono e imprinter, POS com tarja magnética, EMV com PIN e, por fim, NFC e QR no terminal. Em cada época houve redução do tempo de autorização e maior segurança no cartão.
O contexto macroeconômico e a regulação influíram na expansão da base de terminais. No ano da abertura comercial, a concorrência aumentou a oferta e reduziu taxas.
O prazo de recebimento em crédito permaneceu em até 30 dias. Ainda assim, as vendas migraram para meios digitais e as transações passaram a gerar dados úteis para gestão.
Hoje a maquininha funciona como plataforma: apps, integração fiscal e tokenização ampliam o valor. O mercado segue dinâmico; a base tecnológica e os dados sustentam decisões futuras no setor.
FAQ
Como surgiram as primeiras maquininhas e qual foi o contexto que levou à sua criação?
A adoção inicial decorreu da necessidade de padronizar pagamentos que antes ocorriam via escambo, cheques e dinheiro. A disponibilidade de cartões em relevo e a expansão das redes bancárias tornaram viável o uso de imprinters e, posteriormente, de dispositivos eletrônicos. Esse processo foi condicionado por avanços em tarja magnética, telefonia e sistemas de autorização.
Qual foi o papel do imprinter e do papel carbono nos anos 1970?
O imprinter registrava a transação pelo relevo do cartão em papel carbono, exigia assinatura do portador e a compensação era realizada pelo emissor do cartão. O processo resultava em recebimento dos lojistas em prazos mais longos, porém com fluxo de liquidação diferente do praticado atualmente.
Como funcionavam taxas e parcelamento na década de 1970?
A taxa média cobrada aos comerciantes girava em torno de 8% e o parcelamento não era uma prática comum. As negociações de preço e custos entre lojistas e bandeiras ainda eram rudimentares em comparação com modelos posteriores.
Por que a automação dos pagamentos foi considerada necessária?
A automação visou aumentar a segurança, padronizar processos e permitir escala nas transações. A eletrificação e a autorização em tempo real reduziram fraudes associadas a assinatura e melhoraram a reconciliação entre emissor, adquirente e estabelecimento.
De que forma a inflação dos anos 1980 alterou o modelo de recebimento dos lojistas?
A inflação elevada levou a mudanças contratuais que transferiram para o comerciante parte do financiamento do sistema. Isso resultou em prazos médios de recebimento de cerca de 30 dias, pressionando o capital de giro dos estabelecimentos.
Como o duopólio VisaNet e Redecard influenciou os anos 1990?
A concentração em duas grandes adquirentes limitou a escolha de bandeiras e forçou comerciantes a operar com múltiplos terminais para aceitar diferentes marcas. A concentração também impactou estrutura de taxas e a negociação com lojistas.
Quais mudanças ocorreram após a intervenção do Banco Central em 2010?
A intervenção promoveu portabilidade de contratos entre adquirentes e permitiu maior concorrência. Isso contribuiu para queda de taxas e entrada de novos players, enquanto o prazo de recebimento em crédito permaneceu, em muitos casos, alinhado a até 30 dias.
Qual foi o efeito das fintechs no mercado entre 2005 e 2015?
Fintechs como PagSeguro, Stone, SumUp, Mercado Pago e Ton introduziram modelos digitais, terminais com ativação rápida e ofertas sem mensalidade. Esse movimento ampliou o acesso de MEIs e pequenos negócios a soluções de pagamento e pressionou taxas e prazos praticados pelas adquirentes tradicionais.
Quando o chip EMV e PIN foi adotado e qual o impacto na fraude?
A migração para EMV ocorreu principalmente entre os anos 2000 e 2011 no Brasil. A adoção de chip com PIN reduziu ataques baseados em clonagem de tarja magnética e exigiu certificações técnicas que padronizaram requisitos de segurança para adquirentes e fabricantes de terminais.
Quais tecnologias atuais moldam a aceitação de pagamentos?
Tecnologias como NFC, QR Code, Pix integrado ao POS e Smart POS com sistema Android ampliaram métodos de pagamento e reduziram custos por transação em alguns segmentos. Essas soluções permitem pagamento por aproximação, uso de QR para liquidar vendas e integração com apps de gestão.
Como funciona o fluxo de uma transação eletrônica até o recebimento do lojista?
O processo envolve emissor (banco do cliente), bandeira (regras e rede), adquirente (processamento e liquidação) e infraestrutura de compensação, como CIP. A transação é autorizada em segundos, liquidada conforme contrato entre adquirente e estabelecimento, e pode incluir antecipação ou aluguel de equipamento.
Quais são as principais fontes de receita no ecossistema de pagamentos?
As receitas costumam originar-se de MDR (merchant discount rate), taxas de antecipação de recebíveis e tarifas de aluguel ou venda de terminais. Cada componente afeta a margem das empresas e o custo final para o lojista.
Como a concorrência afetou taxas e comportamento dos players como Cielo, Rede, Getnet e PagSeguro?
A entrada de novos concorrentes e a expansão do TPV (total processed volume) aumentaram pressão por redução de taxas. Isso levou empresas a ajustar modelos de negócio, diversificar serviços e buscar eficiência em custos operacionais para manter rentabilidade.
De que forma Pix e QR Code alteraram riscos e oportunidades para adquirentes?
Pix e QR Code reduziram custos de liquidação e ofereceram alternativas de baixo custo para transferências instantâneas. Por outro lado, esses instrumentos afetam receitas tradicionais e exigem ajustes em funding e gestão de risco por parte das adquirentes.
Qual foi o impacto da massificação do cartão após o Plano Real?
A estabilização macroeconômica com o Plano Real ampliou o poder de compra e a penetração de meios eletrônicos. Isso elevou a base instalada de cartões e incentivou hábitos de consumo que sustentaram expansão de adquirentes e fabricantes de terminais.
Como a mobilidade e redes móveis mudaram o uso de terminais entre 2005 e 2015?
A difusão de GPRS e 3G permitiu terminais móveis que operam fora do balcão, viabilizando vendas em feiras, delivery e por profissionais autônomos. A mobilidade ampliou o alcance dos serviços e diversificou formatos de aceitação.
O que permanece inalterado desde as primeiras formas de pagamento até hoje?
Permanecem elementos do fluxo operacional, como a necessidade de intermediação entre emissor e lojista, o papel das bandeiras na definição de regras e a existência de custos de processamento que se refletem em taxas cobradas dos estabelecimentos.


















