Este guia apresenta procedimentos verificáveis para reduzir a exposição a golpe em compras presenciais. Baseia-se em investigação pública e em relatos recentes que apontam 2,6% de vítimas e prejuízo médio de R$ 1.142 por ocorrência.
O aumento do uso do cartão em pontos de venda ampliou o volume de transações e a superfície para ataques que exploram distração e engenharia social. Equipamentos ilegítimos podem replicar aparência, mas operar com software modificado para desviar pagamentos.
O texto descreve sinais visuais, comportamentais e operacionais: embalagem, lacre, visor, alegação de erro seguida de nova cobrança e transações que não aparecem no banco. Inclui verificações antes da compra e do uso.
Recomenda-se conferir o valor no visor, confirmar a transação no aplicativo bancário e não fornecer dados fora do fluxo da maquininha. Também serão indicadas práticas para reduzir risco em vendas presenciais.
Por que o golpe da maquininha preocupa hoje: dados, prejuízos e contexto
O crescimento do uso do cartão em estabelecimentos físicos ampliou riscos operacionais durante pagamentos.
O cenário atual
Mais transações presenciais aumentam a exposição a fraudes no ponto de venda. Isso inclui desvio de valores por software e equipamentos vendidos no mercado paralelo.
Números que acendem o alerta
“Pesquisa Datafolha, citada pela Efí, aponta 2,6% de vítimas e prejuízo médio de R$ 1.142,00 por ocorrência.”
Modos relatados incluem compra duplicada com alegação de erro, visor adulterado e captura de senha antes da tela correta. Esses casos afetam clientes e empresas.
Equipamentos vendidos usados podem vir bloqueados, clonados ou sem suporte dos fabricantes. Nessas situações, o dinheiro da transação pode ser redirecionado para outra conta.
Recomenda-se conferir pagamentos no aplicativo bancário imediatamente após a operação. Políticas internas e rotinas de verificação reduzem a janela de detecção tardia em pontos com alto fluxo de caixa.
Maquininhas falsificadas podem ser identificadas com cuidado: sinais de alerta essenciais
A observação do visor, do software e do fluxo de uso indica se a maquininha opera conforme o padrão.
Verifique o acabamento e o comportamento do equipamento. Diferenças sutis no corpo da máquina e respostas anômalas do software são indícios de adulteração.
Visor adulterado
Procure tela danificada, adesivos sobre dígitos ou brilho que dificulte a leitura. Confirme o valor exibido antes de digitar a senha.
Compra duplicada e erro proposital
Se houver mensagem de erro e insistência para usar outra máquina, pause e confirme se a transação original apareceu no seu app bancário.
Captura de senha e troca do cartão
Não digite a senha fora da tela específica. Mantenha o cartão em sua posse e recuse solicitações para inserir dados em celular de terceiros.
Avalie ofertas muito abaixo do mercado: máquinas bloqueadas ou piratas podem desviar pagamentos para outra conta. Para orientações práticas, veja as dicas para não cair no golpe.
- Registre a transação em ambiente iluminado.
- Cheque o lançamento no app imediatamente após o pagamento.
- Desconfie de pressa ou recusa em permitir teste com o cartão do próprio cliente.
Como verificar a autenticidade e a procedência antes da compra e uso
Valide documentação e funcionamento do aparelho presencialmente antes do pagamento.
Inspecione a embalagem: lacre íntegro, manual original e acessórios compatíveis. Caixa violada ou falta de nota fiscal indicam risco de recondicionamento ou vínculo irregular.
Teste prático antes de pagar
Ligue a máquina e realize uma transação de baixo valor. Confira o valor no visor antes de digitar a senha e confirme o registro na sua conta via aplicativo.
Validação técnica e origem
Consulte o número de série no site oficial da marca para verificar ativação e vínculo de CPF/CNPJ. Rejeite unidades sem cadastro, bloqueadas ou registradas em outro titular.
Pagamento, garantia e suporte
Evite pagamento antecipado. Prefira entrega em mãos, teste completo e confirmação da transação antes de pagar.
- Compare preços com canais oficiais e avalie frete ou parcelamento.
- Exija nota fiscal e termo de garantia emitidos pela empresa fabricante.
- Ative notificações bancárias e fotografe número de série e comprovante do teste.
Para orientações adicionais sobre prevenção de fraude e critérios de confiabilidade, veja a página de prevenção de fraudes e o guia sobre como saber se uma maquininha é.
Para empresas: prevenindo o POS fake e outras fraudes nas vendas
Empresas devem implantar controles físicos e operacionais para reduzir risco de troca indevida de equipamento.
Controle físico e autorização de manutenção
Mantenha cada máquina sob custódia definida e registre retirada e devolução por responsável. Evite circulação de terceiros no balcão durante atendimento.
Recuse intervenções não programadas. Antes de liberar o equipamento, valide ordem de serviço, crachá e contato oficial junto à adquirente.
Conferência e conciliação
Identifique fisicamente a máquina com marcações únicas e inventarie número de série e patrimônio. Verifique se o CNPJ no comprovante corresponde à empresa e se o nome no visor está correto.
Adote sistemas de conciliação de cartões para comparar vendas diárias por máquina com os arquivos das adquirentes. Isso ajuda a detectar variações anômalas de receita por ponto de venda.
Treinamento e rotina em picos
Treine a equipe para cenários de fila e múltiplas posições de caixa. Instrua para não perder a máquina de vista e para impedir troca durante distrações.
“Em ambientes como postos de gasolina e lojas com várias máquinas, a probabilidade de troca sem percepção aumenta.”
- Auditar transações e recebíveis por máquina.
- Ao suspeitar de POS fake, reter o equipamento, bloquear credenciais e notificar a adquirente.
- Centralizar o contato com fornecedores para confirmar visitas técnicas.
Para orientações práticas sobre prevenção de fraude em empresas, consulte o guia do Sebrae e requisitos para ter uma máquina de cartão.
Conclusão
Sistematizar testes e registros é um passo prático para proteger pagamentos e reduzir risco de prejuízo. Execute um teste de baixo valor, confirme lançamento na conta e registre número de série.
Inspecione embalagem e lacre antes da compra. Verifique o visor e não informe senha ou outras informações em dispositivos de terceiros. Mantenha o cartão sob sua posse durante a operação.
Em empresas, padronize conciliação diária por máquina e confirme o CNPJ no comprovante para mitigar golpes que desviam dinheiro. Se houver suspeita, bloqueie o cartão, registre ocorrência e contate a adquirente para contestação.
Adote as dicas listadas ao longo do texto para reduzir a chance de grandes prejuízos a clientes e vítimas de golpes envolvendo maquininha cartão.